O palestrante, Anivaldo Padilha, ressaltou que o vírus HIV está presente em todos os setores da sociedade
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
A relação da Aids com a religiosidade foi tema de um encontro realizado ontem, na UAB (Universidade Aberta do Brasil). Anivaldo Padilha que é associado de Koinonia Presença Ecumênica e militante do serviço ecumênico desde o final da década de 1950, destacou como utilizar a religião a favor da prevenção da doença.
Anivaldo ressaltou que o vírus HIV está presente em todos os setores da sociedade e que é uma pandemia. "Exige uma proposta ecumênica de todas as instituições. A visão do mundo e da maioria da população é soldada por valor religioso, que influencia o comportamento das pessoas. Todos temos que conviver com a Aids", disse.
Ele afirmou que o Estado cumpre de forma razoável o seu papel na luta da doença, por meio de programas nacionais, estaduais e municipais. "O governo tem um limite. A Aids exige que toda a sociedade se sensibilize e a religião tem um papel fundamental", frisou.
O militante ressaltou que há pontos em comum entre as crenças como a sacralidade da vida humana e a compaixão para com os próximos. "As instituições religiosas estão presentes na vida da população e atingem todas as camadas sociais e regiões geográficas, lugares onde muitas vezes o Estado está ausente", afirmou.
Anivaldo explicou o conceito de ecumênico. "Vem de Oikos, que significa casa. Economia, tem a ver com a administração do lar e ecologia, com a do ambiente. Já o ecumenismo é toda a Terra habitada. Antigamente, era usada para determinar o mundo grego e depois para os domínios romanos. Jesus dá uma outra concepção, quando se refere a toda humanidade", disse.
Ele enfatizou que o movimento ecumênico vem da oração de Jesus. "Já no século 20, é o diálogo fraterno entre as religiões. Você não vai abdicar da sua fé, mas dialogando, você está fortalecendo convicções e aprendendo com a fé dos outros. O objetivo do ecumenismo é a luta pela paz e justiça", falou.
O palestrante ressaltou que nos anos 60 e 70, houve a colaboração da Igreja Católica, Evangélica, na luta dos direitos contra a ditadura e na proteção de vidas de pessoas perseguidas. "O Brasil realiza várias iniciativas ecumênicas. Temos um grande encontro a cada dois, três anos chamado Jornada, que reúne 400 pessoas", finalizou.