Da Redação
Em entrevista ao programa Jornal da Cidade, da rádio Cidade, o veterinário do Centro de Zoonoses, Élcio Sanches Esteves Júnior, reforçou a necessidade da posse responsável de animais e como a castração de animais pode colaborar com a diminuição de casos de leishimaniose. Ele afirma que a grande quantidade de animais nas ruas colabora para o aumento de casos da doença. De janeiro a agosto deste ano, foram registrados 280 casos positivos de leishimaniose em Votuporanga, dos 1.987 exames realizados.
A posse responsável de animais é trabalhada com o apoio da Sociedade Protetora dos Animais. "A posse responsável não tem a ver apenas com carinhos e cuidados com o animal. O proprietário é responsável por tudo que o animal produz, desde fezes, urina, som, ataque a outras pessoas, acidente de trânsito, inclusive os filhotes que venham a gerar. Você também é responsável pelas necessidades de carinho, de ter abrigo saudável, de alimentação e de ir ao médico quando fica doente. Tudo o que você faz para qualquer ser humano, faz para o animal", ressalta.
O Centro de Zoonoses desenvolve a castração desde abril deste ano. "Acredito que metade desses animais sejam fêmeas e que gerariam quatro filhotes no ano, pensando assim, são menos dois mil animais por ano; destes, 1.700 iriam para as ruas, gerando problemas muito grandes, como o aumento de doenças", disse o veterinário.
São castrados cães e gatos, machos e fêmeas, gratuitamente, quando os proprietários são beneficiários do Bolsa Família, priorizando os bairros com maior número de animais nas ruas, onde estão, concomitantemente, os casos de leishmaniose. Após a visita de um agente e cadastro do animal, é agendada a castração.
O ato cirúrgico e os medicamentos são por conta do município. Levar, buscar o animal e cuidados com possíveis reações são por conta do proprietário do animal.
A pessoa que deixa de levar o animal no dia agendado é substituída por alguém da lista de espera. Quem possui condições de pagar pela castração, não é atendimento gratuitamente pelo Centro de Zoonoses. Lembrando que a cirurgia custa em média R$200.
De abril até agosto foram castrados 400 animais, média de 100 por dia. Mais informações por meio do telefone: 3405-9786.
Prevenção
A transmissão da doença em humanos acontece quando a fêmea do mosquito, conhecido como palha ou birigui, pica o cão infectado e, posteriormente, o indivíduo.
O veterinário ressalta que algumas recomendações devem ser cumpridas para combater o inseto:
- manter casa e quintal sempre limpos;
- não criar galinhas e porcos em área urbana;
- recolher constantemente folhas de árvores, fezes de animais e restos de madeira, pois
esses materiais acumulam umidade e favorecem a criação do mosquito palha;
- embalar o lixo corretamente;
- recolher o lixo dos terrenos baldios perto da casa;
- instalar tela com malha 70 nas portas e janelas de casa;
- evitar que o cão durma dentro da residência, mantê-lo sempre no quintal;
- adotar a posse responsável do animal, não permitindo que o mesmo fique solto nas ruas.