Caso sentença seja mantida, será utilizada por advogado de defesa contra as acusações
Da redação
O senhor Manoel Américo da Costa, suspeito de ser o autor do homicídio de Priscila de Souza, foi absolvido da acusação de ter ateado fogo no canavial onde a jovem foi encontrada morta. A sentença de absolvição foi proferida no último dia 2, pela juíza Daniella Camberlingo Querobim, da 4ª Vara da Comarca de Votuporanga; o promotor Marcus Vinícius Seabra entrou com recurso de apelação, no último dia 15.
De acordo com o advogado do acusado, Marcus Antônio Gianezi, caso a sentença de absolvição seja mantida, ela será utilizada na defesa da outra acusação, que segue na 1° Vara Criminal, de homicídio e ocultação de cadáver.
"Não sendo o senhor Manoel quem ateou fogo no canavial, não houve ocultação de cadáver. Ele não escondeu o corpo, portanto, não é o autor do homicídio", explicou o advogado. A análise do recurso de apelação deve demorar em média um ano.
Entenda melhor
Manoel Américo da Costa responde a duas acusações; sendo uma na 1ª Vara: de matar Priscila de Souza e ocultar o cadáver; já a segunda acusação corre na 4ª Vara: de atear fogo no canavial onde a jovem foi encontrada morta.
Com relação à primeira acusação, o advogado diz que o crime foi cometido por uma terceira pessoa, que também seria a responsável por plantar provas sob o automóvel, no caso o pedaço de gravata do mesmo tipo que foi visto no pescoço da vítima, incriminando o seu cliente.
O defensor afirmou também que não pretende, porém, não descarta, a possibilidade de levar o caso ao Superior Tribunal de Justiça ou, ao Supremo Tribunal Federal. Já com relação à segunda acusação, Manoel foi absolvido e, agora, o advogado aguarda o resultado do recurso impetrado pelo Ministério Público.
Caso Priscila
Priscila de Souza morreu estrangulada e queimada em um canavial no dia 3 de setembro do ano passado. O único suspeito apontado como autor do homicídio, Manoel Américo da Costa, de 66 anos, segue preso, aguardando a definição judicial sobre o julgamento. Na época, o crime e seus desdobramentos foram amplamente divulgados pela mídia regional.
Priscila de Souza, morta aos 22 anos, trabalhava em uma indústria de móveis em Votuporanga e cursava corte e costura no período noturno no Senai/Cemad. Ela deixou uma filha, Maria Luiza, hoje com 3 anos de idade. Já o suposto assassino, Manoel, era beneficiário do INSS, por ser praticamente cego de um olho. Desquitado e pai de quatro filhos.
Segundo inquérito entregue ao Ministério Público, foi apurado que Manoel teria cometido o crime porque matinha uma relação íntima com Priscila, fato que os familiares negaram. Preso instantes depois do crime, o acusado teria dito na delegacia, ao delegado João Donizete Rossini, que se encontrou com a jovem no dia do crime, no início da noite, porque pretendia cobrar uma dívida que tinha com ela. Os dois foram então para a estrada, onde uma discussão desencadeou o homicídio e toda a sequência envolvendo o incêndio do canavial e o acidente. Segundo investigações, a acusação acredita que o incêndio foi forjado pelo autor para criar um álibi para confundir o trabalho da polícia. Porém, em audiência, o acusado teria negado os fatos, alegando não ser o assassino da jovem.