Presidente da AME esteve em Votuporanga para falar sobre a relação da medicina e espiritualidade
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
O presidente da AME (Associação Médico Espírita), médico cirugião do aparelho digestivo e orador espírita, Décio Iandolli Júnior, esteve em Votuporanga para proferir palestra no Grupo Espírita Maria de Nazaré. Ontem, ele participou do programa Jornal da Cidade, na Rádio Cidade, para falar sobre a relação medicina e espiritualidade.
"Até bem pouco tempo, os cientistas ignoravam o aspecto espiritual. Hoje é um dos assuntos mais pesquisados no âmbito científico, principalmente no que tange o impacto na saúde das pessoas. Existem muitas pesquisas mostrando que espiritualidade é promotor de saúde", disse.
O médico destacou que a religião tem um impacto à saúde, que pode ser positivo ou negativo."É a maneira como que exercita a espiritualidade, que é sempre benéfica.
Nem sempre a religião é. Existem aspectos que podem ser negativos sobre a saúde da população. A pessoa usa a religião para depositar sobre Deus e sobrenatural, as responsabilidades que são dela. Abandona tratamento ou não se esforça para superar a doença. Coloca toda a culpa em Deus. Esperar milagres é um aspecto negativo. Já o positivo é quando você acredita, interpreta como obstáculo a ser superado e busca a força", ressaltou.
O palestrante frisou que a palavra religião é utilizada como grupos sociais a qual a pessoa se vincula por afinidade. "A espiritualidade é a conexão do indivíduo com o divino. Isso é uma necessidade. A fé é o que fica no meio, são as nossas convicções.
Fé é importante para alcançar a espiritualidade. A religião sou eu com os outros, a fé sou eu comigo mesmo e a espiritualidade, sou eu com Deus", afirmou.
Décio contou que a prece dentro da ciência ainda é polêmico. "Já existem trabalhos que dizem que rezar faz bem pra você. O que a gente percebe é que medir isso é complexo. Você comparar um doente que tem um grupo de orações com um outro que não recebe. São fatores difíceis de serem avaliados. A própria ciência está fazendo uma metodologia específica para estudar os efeitos", ressaltou.
"Quando você faz a prece e esperar que o resultado seja o paciente apresentar melhora fisicamente, nem sempre é isso que acontece. Quando a gente fala de saúde em termos espirituais, a gente fala de harmonia da alma, que pode não passar por um corpo biológico são. As descobertas já estão modificando a medicina. Só o fato de constatar que a espiritualidade traz impacto na saúde, obriga o médico a rever o aspecto e tratamento dele", complementou.
Ele disse ainda que a religião é um instrumento neutro. "Um médico quando sabe que a espiritualidade é um fator de saúde, ele precisa usar a crença do paciente em
benefício dele próprio. Geralmente a gente percebe que aqueles que depositam esperança em uma crença cega, o resultado é ruim. Doença não é castigo. Isso não exime de trabalhar os nosso hábitos, alimentação saudável, exercícios regularmente, uso de medicação e cirurgia quando preciso e terapias complementares", afirmou.
Divaldinho de Mattos ressaltou que é um trabalhador árduo e pesquisador, que realiza um trabalho gigantesco na AME, com reuniões de médicos e esclarecimentos, colaborando com a divulgação da doutrina espírita no âmbito da medicina.