"Cartão de crédito é uma forma muito fácil de comprar sem ter dinheiro", disse Andrea Thomé
Da redação
Endividamento, esse foi o tema abordado pelo programa Jornal da Cidade, da rádio Cidade, na manhã de ontem. Andrea Isabel da Silva Thomé, diretora do Procon, foi a convidada para falar sobre o assunto. "As pessoas, de fato, estão endividadas. Isso se dá ao crédito fácil que as financeiras tem disponibilizado no mercado. Não estou aqui para dizer que crédito não é bom, pelo contrário, precisamos de crédito, inclusive para que o país cresça, mas esse crédito deve ser utilizado de forma consciente, para que não aconteça o endividamento", disse Andrea.
A diretora contou que os bancos estão cientes de que o endividamento não é positivo para ninguém e tem oferecido negociação. "Até por que, se as pessoas estiverem endividadas, para quem os bancos poderão oferecer crédito. Eles sabem que os consumidores precisam voltar ao mercado de consumo, por que, senão, serão eles os maiores prejudicados. Nas campanhas publicitárias eles têm colocado: saia do vermelho, venha negociar!".
Andrea ressaltou que as pessoas estão gastando mais do que ganham, reforçando que o cartão de crédito é o grande vilão dessa história. "Cartão de crédito é uma forma muito fácil de gastar sem ter dinheiro. O consumidor obtém um crédito com todas as facilidades do cartão, mas não analisa as consequências desse ato. São cobrados juros altíssimos. Se os juros de empréstimos e cheque especial eram altos, do cartão, então, chega ao absurdo de 15 a 16% ao mês. Isso é abusivo, sim, mas não temos ainda lei para coibir essa abusividade, portanto, podem continuar cobrando do jeito que estão, com esses percentuais altos. A pessoa tem que tomar muito cuidado com o cartão de crédito, costumo dizer que o cartão é uma arma que a gente tem na bolsa, de preferência vamos sair sem ele", disse.
O brasileiro tem o costume de fazer compras parceladas. "Isso é prova do total descontrole do consumidor brasileiro. Se pagássemos à vista, não estaríamos nessa situação, ou seja, estaríamos gastando o que a gente ganha. Às vezes adquirimos um bem de consumo e é preciso o parcelamento, que haja um controle então", falou Andrea.
Com relação ao cartão de crédito, a diretora do Procon orienta que, se o consumidor não tiver o dinheiro para o pagamento total da fatura, é melhor não efetuar o pagamento mínimo e procurar uma negociação. "As pessoas continuam pagando o mínimo sem ter conhecimento dos juros. As financeiras querem é vender, não estão nem aí em explicar sobre os juros ao consumidor".
Algumas orientações
Caso chegue em sua casa um cartão de crédito não solicitado e, posteriormente, sua fatura, ou até mesmo chegue a cobrança de um seguro não solicitado, procure o Procon;
Para cancelar o cartão de crédito, ligue no 0800 disponibilizado pela operado, anote o número de protocolo do atendimento e quebre o cartão. Se vier a fatura ou o SAC não funcionar, procure o Procon;
Com relação às garantidas dos produtos adquiridos, após 30 dias do envio para a
assistência, caso não haja solução, a empresa deve oferecer outro produto em troca;
Para bloquear o recebimento de ligações de telemarketing em seus telefones, efetue seu cadastro por meio do site: www.procon.sp.gov.br ;
Caso você queira quitar um financiamento e tenha dificuldades na negociação, procure o Procon, pois é seu direito, e com obtenção de desconto proporcional de juros e encargos;
Se estiver endividado, procure a agência bancária para negociação, faça sua proposta, se não der certo, procure o Procon.