Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga quer mesmo fazer uma rede para os pacientes dependentes de álcool e de drogas. Depois da Comunidade Nova Vida ser autorizada a fornecer oito leitos via SUS (Sistema Único de Saúde), a Secretaria da Saúde aguarda o parecer do Ministério para implantar um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) - ad para atender os pacientes com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas: álcool e outras drogas. "É um local para tratamento de pacientes usuários de álcool e de drogas nos moldes da psiquiatria. O paciente recebe o tratamento intensivo (todo dia), semi-intensivo (atende de 10 a 15 dias) e os que frequentam de 20 a 30 dias", disse a secretária de Saúde, Fabiana Parma, em entrevista ao jornal A Cidade.
Ela explicou que o CAPS é uma das ferramentas para atender essas pessoas. "Não é igual às comunidades terapêuticas, como a Nova Vida, nas quais os pacientes que necessitam de internação e não de desintoxicação são encaminhados e permanecem de seis a oito meses. Quando eles têm alta vão para o Centro de Atenção", complementou.
Quando precisam de desintoxicação, a Secretaria encaminha para hospitais que estão em São José do Rio Preto, Tanabi e Catanduva. "Eles ficam de 20 a 30 dias nessas instituições e depois seguem para a comunidade terapêutica. Somente depois dessa fase é que vão para o CAPS", afirmou.
A secretária ressaltou que o Centro de Atenção Psicossocial fará uma relação com a intersetorialidade como Alcoólicos Anônimos, Amor Exigente, Conselho Municipal de Álcool e Drogas, além da Secretaria Municipal de Assistência Social e a de Educação, Cultura e Turismo. "Todos estão envolvidos", disse.
Fabiana frisou que a drogação não se resume a atendimento de saúde ou trabalho de prevenção. "Envolve qualidade de vida, condições financeiras, familiares. Não basta internar, jogar em uma clínica e pronto. Não é este o conceito que esperamos de um tratamento efetivo. As internações sem a vontade da pessoa não dão resultado. É preciso preparar o paciente para que ele esteja pronto no momento da internação", ressaltou.
Questionada sobre a clínica que será instalada em Votuporanga para dependentes de drogas e álcool, ela frisou que o Estado deixou de ter como objetivo principal as clínicas. "Se eu não implantar o CAPS, não adianta o projeto. A clínica será
internação hospitalar em leito de desintoxicação", disse.
A secretária contou que, atualmente, as pessoas que estão com problemas de drogas e de álcool procuram o posto de saúde. "Eles passam por um clínico-geral, que encaminha para um psiquiatra e que analisa qual o melhor tratamento. Mas às vezes, a família também precisa de atendimento. Em vez de acolhermos no posto de saúde, vai ser feito o atendimento em uma casa com assistente social, psicólogos, para ver qual o melhor encaminhamento", finalizou.