Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga inaugurou ontem a unidade de acolhimento Nova Vida, avançando no tratamento de dependentes químicos. O local funciona na rua Javari nº 3587 e
identificará os casos, fará as orientações, apresentará alternativas de tratamento e o encaminhamento, sempre, de modo acolhedor e sigiloso. O programa será oferecido gratuitamente a toda população envolvida nessa problemática.
O prefeito Nasser Marão Filho ressaltou que drogas é o mal do século. "Não é apenas para a pessoa que sofre, mas de toda a família, dos relacionamentos e dos amigos. O Poder Público tem um papel fundamental nesta casa, que atenderá jovens de todos os lugares", frisou.
Ele destacou que o espaço dará o tratamento adequado aos usuários. "A Comunidade Nova Vida é uma entidade ligada a saúde. A parceria com a secretaria conseguiu o credenciamento dos leitos do SUS (Sistema Único de Saúde). Entramos com projeto de subvenção na Câmara e tenho certeza que será aprovado", complementou.
O deputado federal João Dado afirmou que para 2012, trará R$ 200 mil para ajuda a entidade no tratamento. Já o deputado estadual Carlos Eduardo Pignatari ressaltou a luta para que seja feito um decreto que doa a área da Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais para Cáritas. "Votuporanga tem saído na frente dos demais municípios", disse.
Carlão contou que esteve na "Cracolândia" e que ficou impressionado. "Vi crianças se drogando desde cedo e equipes tentando conversar, recolher, mas não adiantava. Temos o advento do último ano que é o aparecimento do crack, que mata rapidamente. Se conseguirmos tirar uma pessoa por dia desta dependência, estamos realizando um grande trabalho", enfatizou.
O deputado afirmou que há 200 Santas Casas em pequenos municípios e que não têm resolutividade. "Recebem de R$ 30 mil a R$ 40 mil por mês, gastando 80% em salários.É preciso um projeto para que possa selecionar 40 delas e transformá-las em casas de acolhimento", disse.
Por sua vez, a secretária de Saúde, Fabiana Arenas Parma, explicou que o espaço é uma escuta qualificada. "As unidades de saúde continuarão atendendo com as
ferramentas que possui e vai encaminhar para esta casa. Está somando forças,
integrando as entidades que já existem e buscando respostas. O Poder Público sozinho não dá conta, nem a sociedade. Temos que dividir a carga, até implantarmos uma rede", ressaltou.
Fabiana contou sobre a intersetorialização com o Cantinho de Deus. "Vai cuidar da reinserção social daqueles usuários que já passaram pelo tratamento. A próxima meta é implantar o Caps - AD (Centro de Atenção Psicossocial). O projeto já está com o ministro, só falta a liberação", complementou.
Já o vereador Eliezer Casali contou que a secretária conheceu a diretoria da Comunidade Nova Vida e sua nova proposta. "Em audiência pública, ela disse que drogas também é uma preocupação do governo federal. A entidade não tem condições de fazer acolhimento de todos, precisa de verba", afirmou.
O presidente da entidade, Ademilson Fernandes, pediu mais recursos. "Necessitamos do financeiro. A grande porta de entrada é o álcool. Quando os jovens bebem e sentem falta de prazer passageiro, bebida não adianta ainda mais. Estamos com 23 internos e temos vários esperando por vagas. Temos espaço para 60 jovens, mas por conta do dinheiro, podemos somente 40", disse.
O padre Silvio Roberto dos Santos reelembrou a trajetória da comunidade Nova Vida e contou que o projeto do Cantinho de Deus ainda está sendo elaborado. "Precisamos atender a necessidade do ser humano. Temos proposta de trabalhar com andarilho", finalizou.