Andressa Aoki
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O proprietário do Supermercado Porecatu, José Francisco dos Santos, emocionou os ouvintes da Rádio Cidade durante entrevista ontem. Seo José Francisco falou sobre sua história e como hoje administra três lojas em Votuporanga e uma em São José do Rio Preto.
E os planos não param por aí. Ele pretende ter mais um estabelecimento em Rio Preto ou em Tanabi. "A gente vai ver amanhã (hoje) terreno em Rio Preto ou em Tanabi", destacou.
Como qualquer história de um vencedor, o começo não foi fácil. "O início do nome Porecatu foi em São Paulo. Eu morava no interior, fui para São Paulo com 17 anos. Nasci na Bahia, fui para o Paraná com 5 anos de idade. Até os 16 anos, morei na roça. Meus pais nos levaram para a lavoura de café, mas foi pouco. Trabalhei mais cortando cana-de-açúcar. Os caminhões do passado não são os de hoje. Não tinha banheiro, a gente levava comida. Quando era na própria fazenda que morava, a mãe levava a refeição", disse.
Assim como meninos do interior, José Francisco também tinha planos. "Meus irmãos completavam 18 anos e iam para São Paulo. Era o sonho de qualquer garoto, porque tinha emprego e não era violento. Eu também tinha sonhos. Eu nem esperei os 18 anos. Eu fui com 17 anos e minha mãe foi me levar porque não viajava menor sozinho. Cheguei lá e ninguém pegava, por causa do Exército. Mas teve um supermercado que me pegou. Eu trabalhei lá pouco tempo, mas porque completei 18 anos. Supermercado não pagava muito bem para menor. Meus parentes trabalhavam com empresa de ar condicionado, montagem industrial e me levaram para lá", afirmou.
Depois disso, com 22 anos, comprou o primeiro mercadinho. "Lá tinha o Empório Porecatu, próximo a São Caetano do Sul. O nome era em homenagem a uma cidade que conheci e vivi quando era adolescente. Quando eu voltava para Porecatu para passear, por muitos anos, chegava na divisa de São Paulo com o Paraná, eu sorria porque estava voltando para um lugar que voltava. Hoje, eu não sorrio porque estou morando em Votuporanga", destacou.
A mudança para Votuporanga foi em 1decorrência da violência. "Eu vim para o
interior porque em 10, 12 anos a violência era menor e depois, virou um exagero. A gente era muito assaltado. Eu já levei tiros na distância de 1,5 metro. Eu comecei a nascer novamente naquele dia. Só acertou um tiro na mão. Isso já faz 18 anos. Meu sonho era ir embora depois deste incidente", disse.
O proprietário do supermercado enfatizou que Votuporanga é uma cidade muito boa. "Esperei no tempo de Deus. Andei umas 10 cidades. Pesquisei muito e a cidade que eu já estava quase acertada era Ourinhos. Era um lugar que eu mais conhecia. Votuporanga era uma logística muito diferente e eu nunca tinha ouvido falar. Eu fui reformar uma loja que haviamos comprado e um moço de Votuporanga estava lá. Ele ouviu eu falar de Ourinhos e esse moço acompanhou o projeto e disse de Votuporanga. Ele disse que era o paraíso da terra. Fui para Araçatuba e não gostei. Perguntei de Votuporanga e quis conhecer a cidade. Cheguei e entrei apaixonado. A rua das Mangas me apaixonei", finalizou.