Da Redação
A linha férrea da região Noroeste Paulista passará por uma vistoria feita por especialistas em segurança do governo federal. O pedido veio da Procuradoria da República, que exige da concessionária o fim dos constantes acidentes.
Em três meses, três acidentes com as composições foram registrados no trecho. No maior deles, o trem saiu dos trilhos, 8 vagões descarrilaram e 10 tombaram. Eles atingiram parte da estrutura de um galpão abandonado, onde funcionava a antiga Estação Ferroviária em Meridiano. Os destroços e toneladas de soja ficaram espalhados por um trecho de 300 metros.
O último acidente aconteceu no dia 18 de junho. Três vagões descarrilaram e o farelo de soja ficou espalhado na ferrovia. Ninguém se feriu. Em Bálsamo, um outro descarrilamento aconteceu por causa do rompimento dos trilhos e do desgaste dos dormentes. O caso mais grave foi em São José do Rio Preto. Um professor de 43 anos morreu quando o carro em que estava foi atingido pelo trem, quando ele tentava atravessar a passagem de nível em frente à escola em que trabalhava.
Por causa dos constantes acidentes, Ministério Público Federal em Jales, enviou ofício à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e à concessionária ALL (América Latina Logística), pedindo informações e providências a respeito do quarto descarrilamento consecutivo de composições da operadora, três deles na cidade de Meridiano, na região noroeste de São Paulo.
No documento, o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, responsável pelo caso, pede que fiscais da ANTT venham a região em no máximo dez dias e, se for o caso, que embarguem o trecho entre Santa Fé do Sul e São José do Rio Preto por falta de segurança. À ALL, o MPF cobrou quais providências a concessionária adotou quanto ao trecho e a documentação relativa ao acidente.
O MPF requereu que no inquérito policial seja apurado o crime de perigo de desastre ferroviário e instaurou um procedimento preparatório cível para apurar a extensão dos danos causados à estação, seu eventual valor histórico e também para apurar como tem sido feita a manutenção e conservação da malha ferroviária na região. O MPF cobra explicações da empresa ALL e de diversos órgãos públicos. À ALL, o MPF requisitou informações sobre a manutenção do trecho (data da última manutenção, relatórios, estado dos dormentes à época), relação de peças substituídas nas ultimas manutenções. À (ANTT), o MPF pediu informações sobre a manutenção do trecho pela ALL ou outra empresa, quando foi a última vez que a agência fiscalizou a malha, se há previsão de outra vistoria.
A ALL enviou à Procuradoria da República um documento informando que já está trocando os dormentes de toda a linha férrea. A Estação Ferroviária destruída em um dos acidentes vai passar por uma reforma.