João Pedro Batista Miquelino, de 3 anos, morreu devido a uma grave infecção de varicela
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
Um menino de três anos morreu ontem de varicela. A pedido do jornal A Cidade, a Santa Casa de Votuporanga emitiu um boletim do paciente. João Pedro Batista
Miquelino, de 3 anos, deu entrada no Pronto Socorro no domingo, às 21h30, através do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). A criança já chegou entubada, em choque séptico devido a uma grave infecção de varicela (catapora), indo à óbito ontem, às 3 horas.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica, uma nota oficial seria enviada a imprensa hoje a fim de esclarecer as ações que serão tomadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Votuporanga.
João Pedro deixa os pais Robson Antonio Miquelino e Marinilce dos Santos Batista. Natural de Votuporanga, teve como último endereço a rua dos Catetes, 2019 - Jardim Santos Dumont. Seu corpo ficou exposto à visitação pública de parentes e amigos no Velório do Cemitério Parque Jardim das Flores e foi sepultado às 16 horas no Cemitério Parque Jardim das Flores.
A varicela (catapora) é uma doença infecciosa aguda, altamente transmissível, causada pelo vírus varicela-zóster. A doença é mais comum em crianças entre um e dez anos, porém pode ocorrer em pessoas susceptíveis (não imunes) de qualquer idade. Na maioria das vezes, principalmente em crianças, a doença evolui sem consequências mais sérias. Contudo, a varicela pode ter evolução grave e até causar o óbito, sendo consideravelmente maior o risco quando ocorre em adultos e pessoas com imunodeficiência. A taxa de letalidade, que em crianças saudáveis é de 2 para cada 100.000 casos, é de 15 a 40 vezes maior em adultos. A infecção confere imunidade permanente, embora o sistema imunológico não seja capaz de eliminar o vírus. O ser humano é o único hospedeiro natural do vírus varicela-zóster. A infecção, em geral, ocorre através da mucosa do trato respiratório superior (porta de entrada). A transmissão do vírus ocorre, principalmente, pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro, tosse) de um indivíduo infectado ou pelo contato direto com o líquido
das vesículas. Mais raramente, a transmissão se dá de forma indireta, pelo contato
com objetos recém-contaminados com secreção das vesículas.
Os primeiros sintomas são febre entre 37,5° e 39,5°, mal-estar, inapetência, dor de cabeça, cansaço. De 24 a 48 horas mais tarde, surgem lesões de pele caracterizadas por manchas avermelhadas que dão lugar a pequenas bolhas ou vesículas cheias de líquido que posteriormente formarão crostas, e que provocarão muita coceira.
O período de maior risco de transmissão começa 48 horas antes do aparecimento das vesículas e vai até a formação de crostas em todas as lesões. Em crianças previamente saudáveis este período é de geralmente 6 a 8 dias (4 a 6 dias após o surgimento das lesões na pele), porém pode ser mais prolongado (até meses) em indivíduos com imunodeficiência, perdurando por todo o período de surgimento de novas lesões (vesículas).