Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
A Santa Casa de Votuporanga deu um passo fundamental para a oncologia. O hospital adquiriu — por meio de financiamento do Finimp (Financiamento à Importação) do Banco do Brasil — o aparelho PET CT, de 8,2 toneladas, por meio de uma parceria com o setor de radiologia e de medicina nuclear. O modelo que a instituição comprou é o Biograph hi-rez 16, é o primeiro tomógrafo multi-slices da região, com 16 canais. Os investimentos somaram mais de US$ 1 milhão.
O provedor da Santa Casa, Luiz Fernando Góes Liévana, acompanhado do presidente do Conselho Administrativo, Nasser Gorayb, e do responsável pela radiologia, Alexandre Parma, destacou a parceria ontem pela manhã. "Quando entramos no hospital, tivemos o cuidado de contratar parceiros que abraçassem a causa conosco. Acho que acertamos, porque essa é a conquista mais significativa destes dois anos e meio de provedoria para a radiologia e para a medicina nuclear. Compramos um aparelho revolucionário para Votuporanga, região, São Paulo e para o Brasil", disse.
Alexandre Parma explicou sobre a tecnologia do equipamento. "O PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) está disponível no mercado há 15 anos, no máximo. Ele é associado a um tomógrafo computadorizado e ajuda a descobrir tumores precoces, o que causa um impacto acentuado no tratamento", afirmou.
O médico destacou que o aparelho é utilizado para o rastreamento de novos tumores e secundários. "Para o coração ele verifica o tecido do miocárdio e para o cérebro ele é excelente na resolução do diagnóstico neuro-degenerativo, principalmente demência e Mal de Alzheimer", contou. Para os pacientes com câncer, são realizados estudos no corpo inteiro.
O PET é uma técnica de imagem que revela as alterações do metabolismo celular por todo o corpo. Ela permite a detecção precoce de mínimas lesões tumorais ou novos focos da doença. Consiste na injeção de uma pequena quantidade de radiofármaco (glicose marcada pelo material radioativo Flúor 18 FDG), que após sua distribuição pelo corpo, gera informações únicas, que nenhum outro exame de imagens consegue. A CT (Tomografia Computadorizada) utiliza-se dos recursos de raios-X e tecnologia computacional para produzir imagens diagnósticas detalhadas que determinam, com precisão, a localização e a forma das lesões em um determinado órgão. A fusão do PET e CT permite a integração e visualização de imagens de medicina nuclear e tomografia. Enquanto o PET detecta atividades metabólicas com detalhes do nível de atividade celular do órgão, a CT mostra imagens detalhadas da anatomia interna, como localização, tamanho e formato do tumor. Além do diagnóstico oncológico, o PET-CT também é útil na avaliação e acompanhamento de doenças neurológicas e psiquiátricas.
"Antes a gente fazia o acompanhamento do caso de câncer com exames para os
pacientes, a cada seis meses até um ano. Realizava a radiografia e o ultrassom para ver se havia resolvido. Na radiografia, se eu descobrisse um nódulo, fazia outra em seis meses. Se não tinha crescido, mais um ano. Se fosse com o PET, descobriria de imediato para ter início o melhor tratamento", concluiu Parma.