Andressa Aoki
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Falar sobre educação não é nada complicado para o presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação e consultor educacional,
Francisco Aparecido Cordão. Ele participou do 1º Fórum de Licenciaturas, realizado ontem no Espaço Unifev Saúde.
Cordão falou sobre os desafios do magistério e ressaltou a necessidade de professor se atualizar. "Só motivaremos os alunos se estivermos permanentemente aprendendo. Não tem lugar para professor de ficha amarelada, que tem aula repetitiva. Um dia desses, um menino estava lendo o livro de Ciências e estudando para a prova. Eu falei que ia fazer as perguntas. A escola estava utilizando um livro levemente ultrapassado. Fiz uma questão e ele respondeu de acordo com o livro. Eu disse que estava errado e o garoto contou que sabia da falha, que tinha visto no Discovery Channel mas a professora não tinha conhecimento", disse.
O profissional de educação precisa se comprometer com o sucesso do aluno. "Eu sei que ele é um componente de uma série e que não é o responsável único pela aprendizagem. Mas ele não pode ser descomprometido", destacou.
O consultor ressaltou que o professor tem que dar aula e de forma boa. "É preciso sair das paredes da escola, ampliar os espaços. Estimular os alunos a partir de um programa de TV, de uma visita ao circo e discutir o assunto", disse.
Ele enfatizou que os estudantes são diferentes a cada ano. "São diferentes do que
fomos. Éramos alunos do século XX e eles são do XXI, mas ainda o tratamos como do século passado. Se você preparar um aluno para hoje, você o está sacaneando. É preciso prepará-lo para daqui 15 anos, onde irá viver plenamente como cidadão", argumentou.
Para o consultor, uma maneira de conquistar o público-alvo é utilizar artefatos
tecnológicos."Vamos nos beneficiar dos avanços científicos e tecnológicos para atraí-los. Um amigo meu, que é professor de matemática aposentado, decidiu voltar a dar aulas para complementar a renda. Ele conseguiu aula de uma docente que estava entrando em licença maternidade no Ensino Médio. Em seu primeiro dia, percebeu que os jovens estavam trocando torpedos durante a sua aula. Pegou o número de telefone de toda a classe e mandava torpedo para quem ia fazer os exercícios. Se não percebesse a mensagem, perdia pontos. Isso criou alvoroço, porque enquanto a maioria não quer celular, ele fez os estudantes ficarem ligados no aparelho para ganhar pontos", contou.
Cordão também frisou a importância de trabalhar em equipe. "Contribui para a
socialização. Não significa que eu faço uma parte, a pessoa outra e a gente junta as pesquisas, mas de discutir o assunto. A produção tem que ser feita individualmente e socializada em comum", disse.
"As pessoas aprendem com um link de informações novas com as anteriores,
contribuindo para o conhecimento. Não adianta professor dar aulas para as paredes. Se o aluno não tiver a informação anterior, não terá aprendizagem" , finalizou.