Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
Profissionais de beleza mais informados sobre os riscos a que estão expostos. O SAE (Serviço de Atendimento Especializado) realiza o 1º Encontro dos Profissionais de “Beleza.com Saúde”, que abordou questões sobre a detecção de hepatites.
A coordenadora do programa municipal de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis)/Aids, Lea Bagnola, questionou quais os procedimentos realizados pelas manicures, cabeleireiros e tatuadores. "Vocês lavam as mãos quando entram na casa da cliente? Qual é a toalha? O sabão é em barra ou líquido? Onde você faz a unha - na sala, cozinha, com o cachorro do lado? O alicate é seu ou da cliente?", perguntou.
Lea falou que até o fato de lixar os pés sem máscara causa problemas para as manicures. "Você inala fungos que podem ir para o pulmão", explicou. Ela disse ainda que de cada 10 manicures, uma já teve contato com o vírus de hepatite.
"A Aids sensibiliza, tem um movimento social. Mas em cada gota de sangue tem 60 partes do vírus HIV. Já da hepatite B e C são 10 trilhões de virus. Vocês têm duplo risco: sexual e de trabalho", frisou.
A coordenadora destacou os procedimentos necessários para a esterilização dos
alicates de unha. "Você pode limpar com água, sabão e fricção. A desinfecção
depende do calor, mas é fundamental a esterilização. Estufa sem termômetro não
adianta. É preciso tomar os cuidados como se fosse material hospitalar", afirmou.
Lea disse ainda que as profissionais de beleza estão em risco. "É perigo à integridade física. Vocês correm risco. Os esmaltes, as ceras e as tintas para a tatuagem não podem ser reaproveitadas, porque estudos demonstram que os vírus sobrevivem após sete dias. Não apenas segurança para cliente, mas para os profissionais também", finalizou. Em 2010, a Vigilância Epidemiológica de município registrou 48 pessoas contaminadas pelos vírus das hepatites B e C.