Câmara Municipal repercutiu a audiência pública de saúde e pede mais explicações
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
Ao que tudo indica, a audiência pública da Secretaria da Saúde, realizada na semana passada, não foi convicente. Os vereadores cobraram na sessão ordinária de segunda- feira, providências com relação à entrega gratuita de medicamentos.
Ovo de páscoa
O presidente da Câmara Municipal, Mehde Meidão Slaiman Kanso, foi o primeiro a utilizar a tribuna. "A secretária da Saúde [Fabiana Arenas Parma] veio até essa Casa e falou sobre a falta de remédio. Ela dizia da obrigação do vereador quando reclamava e a procurava para resolver a situação. A função é de fiscalizar e não ser moleque de recado entre a secretaria. Eu acho que ela tem que cuidar desta pasta e tentar resolver as falhas", alfinetou.
Meidão destacou a indicação do vereador José Carlos Leme de Oliveira para que
aborde na Câmara a distribuição da remédios. "É caso sério a falta de remédios, tanto da competência estadual quanto municipal. A secretária esteve há mais de um ano nesta Casa, para anunciar o cartão cidadão que resolveria a distribuição do remédio. Temos cartão em diversas cidades quando o médico atende. A ficha entra no sistema, é controlado o remédio e paciente só volta para pegar depois que acabar, a não ser que volte para outra consulta", lembrou.
Ele falou sobre a secretária. "Acho a Fabiana competente, que viaja muito, mas deveria se envolver mais com a sua pasta do que criticar vereador em audiência pública de querer dialogar. A função é dela, ganha para isso. A saúde está bonita, os prédios, mas não adianta vender ovo de páscoa para a população. Estou falando de saúde pública. Mostrei uma pesquisa onde não está boa. De 30 a 35% pessoas entrevistadas, falam o que o prefeito [Nasser Marão Filho] deveria melhorar e não fez. Saúde é caso muito sério, não adianta enfeitar, se abandonar o essencial. Como foi dito na reunião, é ovo de páscoa bonito por fora e oco por dentro."
Vamos juntos
O vereador Osvaldo Carvalho da Silva disse que muitos exames do AME (Ambulatório Médico de Especialidade) estão suspensos. "Está dependendo de liberação da Secretaria Estadual. Entramos com requerimento para que o problema seja sanado o mais rápido possível. A Farmácia de Alto Custo que é responsável pela distribuição de medicamentos em nível estadual. Não podemos sacrificar, colocar a culpa no município. Temos que juntos procurar o melhor caminho para solucionar o problema dos medicamentos e dos exames. Tenho certeza que a diretoria, prefeito e Câmara estão batalhando para socorrer o mais rápido possível", enfatizou.
Farmácia no AME
O vereador Eliezer Casali fez uma indicação ao secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, para que instale farmácias junto aos AME´s. Ele solicitou o apoio do deputado estadual Carlos Eduardo Pignatari para que interceda junto à secretaria. "Quando um paciente da unidade básica de saúde e o médico receita, se não tem no posto, a enfermeira entra em contato com a secretaria, que providencia o medicamento. Muitos são atendidos no AME e receita tem que ser atendida pelo Estado. Saem do AME e não sabem aonde ir. Vai na especialidade, na UBS, na Farmácia Escola que às vezes tem e outras não. Ficam que nem barata tonta na cidade. Não fornece medicação para as pessoas e o município tem que arcar, recai sobre o município essa responsabilidade e não deveria. Dentro do ambulatório deveria ter farmácia", disse.
Ele comentou sobre o caso de uma senhora que estava há mais de um ano sem os
medicamentos. "Estava eu na minha casa, quando toca a campainha e uma pessoa
estava pedindo ajuda para comprar remédios. Fui visitá-la em sua casa e aquela
situação me chamou a atenção A técnica da secretaria atendeu e disse que a maior
parte dos remédios o município não dispunha, que era do AME e que o Estado tinha que fornecer pela Farmácia de Especialidades. O processo em andamento desde o dia 1º, para que possa ser atendido. Ela já recebeu os medicamentos do AME, a Prefeitura que os adquiriu", emendou.
Tema importante
Já o vereador José Carlos Leme de Oliveira falou sobre sua indicação. "Os medicamentos são temas importantes, que envolvem a população e espero que trabalhemos juntos nessa questão para saber qual o caminho", afirmou.