Andressa Aoki
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Era para ser um café-da-manhã tranquilo ontem da ACV (Associação Comercial de Votuporanga), mas acabou virando palco de reclamações. O presidente da entidade, Marcos Aureliano, ao falar sobre o horário de funcionamento das lojas no município, fez um desabafo. "O problema em Votuporanga é o horário. A Associação Comercial intermedia, mas não define. Isso não depende exclusivamente da gente, é uma briga entre os Sindicatos do Comércio e dos Comerciários. Queríamos que no dia 6, o comércio estivesse aberto à noite, até as 22 horas, entregamos um ofício, mas o Sindicato não quis protocolar. Mandamos e-mail no dia 3 e eles nem deram retorno. Se existisse boa vontade, poderíamos nos reunir hoje e decidir amanhã. Não é questão de tempo, mas de má vontade", destacou.
Aureliano falou da etapa final da revitalização da rua Amazonas e de como Votuporanga se porta. "Não podemos mais nos comportar como vila. Temos que
chamar o Carlão [Pignatari, deputado estadual] e o prefeito [Nasser Marão Filho] para tratar o assunto", emendou.
Ele também falou do sistema de pagamento de hora extra por folga. "Não tem que dar folga para funcionário, tem que pagar. Não se pode pedir favor. O empregado quer dinheiro. É preciso gerir melhor o capital humano destas empresas. Temos que valorizar os funcionários. A metodologia tem que evoluir no comércio", ressaltou.
O presidente da Associação enfatizou que a entidade trabalha em cima de pesquisa. Segundo a ACV, 62% dos comerciantes aprovavam a abertura a noite no dia 6, 94% no dia 7 (funcionamento até as 18 horas) e 70% no dia 14. "Não estou falando mal de nenhum dos representantes dos Sindicatos, mas do posicionamento", emendou.
O vice-presidente Nelson Gorayeb, ressaltou que legalmente, a ACV não tem poder nenhum. "Se a gente colocar os políticos, eles vão ter que nos ouvir. Dentro da legislação, quem decide são os Sindicatos, que fazem a convenção. Eles atrelam o horário às horas-extras. O nosso ponto de vista é que o comércio é livre para abrir e fechar a hora que quiser. Pagamos os tributos e respeitamos a legislação", disse.
Gorayeb falou sobre o fechamento no Carnaval. "No ano retrasado, conseguimos abrir. É um absurdo ter 20 mil pessoas na cidade e o comércio fechado. Quem não quer abrir, o problema é dele. Não podemos ter comportamento de vila. Temos que nos comparar a São José do Rio Preto", frisou.
Ele também abordou a convenção. "É feita com todo o planejamento do ano. Gostaria de ter participado de sua elaboração", complementou.
Mulheres
Marcos Aureliano destacou a mulher empreendedora. "A mulher está dominando o
mercado. Tudo o que vocês pensam, é importante. Não deixem passar nada. A troca de experiências é válida e vem para melhorar o comércio", disse.
Já Nelson Gorayeb falou sobre a criação do conselho feminino. "Sua formação
aconteceu há três anos com 12 pessoas, visando trazer a mulher para dentro da
Associação Comercial. Ela representa mais de 40% do comércio. Na história da ACV, houve sempre a direção de homens. Mas vocês são mais contundentes na crítica, mais objetivas", concluiu.