Andressa Aoki
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O clima esquentou na audiência do primeiro trimestre da Secretaria de Saúde, ontem à tarde, na Câmara Municipal. O vereador Emerson Pereira (PDT) reclamou sobre a falta de medicamentos nos postinhos. "O vereador recebe a população dentro desta casa, principalmente as pessoas carentes. Quando a Secretaria de Assistência Social era responsável pela entrega, era mais fácil. Já entrei em contato com a pasta de Saúde e eles pedem para levar a receita. Mas depois de 15, 20 dias, o remédio ainda não foi comprado. É um sofrimento", destacou.
A secretária da Saúde, Fabiana Arenas Parma, afirmou que a população se sente
acolhida por estar com o pessoal da área. "Faz pouco tempo que a Assistência Social parou de comprar, então o tempo é curto para dizer se era mais fácil. Não existia regra. Se eu não comprar o medicamento, vou dar a resposta para o cidadão do que pode ser feito com toda a complexidade que o problema carrega. O Poder Público não é suficiente para trabalhar sozinho e a situação é difícil de ser tratada de maneira generalizada. Estamos tentando fazer um trabalho sério e honesto com relação aos medicamentos", respondeu.
Por sua vez, o vereador frisou que a mudança de sistema foi no começo de março e que era mais fácil de entrar em contato com o secretário de Assistência Social, Osmair Ferrari. "Temos que resolver o problema com o olhar voltado para a cidade inteira", disse Parma.
Emerson complementou que não estava questionando o profissionalismo da secretária, mas que estava falando de sua realidade. "Uma senhora me procurou há 20 dias para falar da falta de medicamentos. Entrei em contato com a Secretaria para falar com você por duas vezes, mas não consegui", ressaltou.
Fabiana foi categórica. "Não adianta falar comigo, porque não sou técnica. Quando um munícipe procurar a Câmara, peço que levem até a Secretaria e escute junto com a pessoa, o que pode ser feito. A população precisa chegar até a pessoa certa", emendou.
O vereador retrucou que os secretários estão para resolver os problemas para que não cheguem até o conhecimento do prefeito Nasser Marão Filho. "Fiquei triste com a sua resposta", disse.
"Não consigo atender naquele momento. Tenho que responder pelos anseios de 84 mil habitantes e não de 2, 3, 30 que procuram os vereadores. Estou disposta a conversar. Temos que trabalhar juntos. Me coloco a disposição para vir aqui esclarecer as situações", rebateu a secretária. Emerson disse ainda que audiência é feita para resolver esses casos.
Segundo a secretaria, foram investidos R$ 148.945,27 com medicamentos da rede
básica de saúde no primeiro trimestre, R$ 45.992,43 com ações judiciais. Foram
entregues 65.104 remédios à população. "Implantamos mais de 25 medicamentos nos últimos dois anos. Se não estão nas unidades de saúde, estão na Farmácia Escola. Quando falta remédio que foi preescrito por um médico da rede municipal, a pessoa vai até a secretaria e um farmacêutico pega os dados da medicação e pede para o médico justificá-la, para assim comprar com recurso público. Este processo administrativo passa por uma comissão que define. Não tem como adquirir tudo, porque tenho que prestar contas. Tem que ser feito com cuidado. Já os remédios prescritos pela rede de especialidade não é do município e a pessoa deve abrir o processo administrativo para o Estado", explicou Fabiana. Ela disse ainda que 33% do recurso foi gasto em medicamentos por conta de ações.
Comunidade São Francisco
Em um outro apontamento, o vereador perguntou qual a proposta da Secretaria da
Saúde com relação à Comunidade São Francisco de Assis. "Eles não pertencem mais à pasta de Assistência Social e sim da Saúde. Entramos em contato por três vezes com a Lea Bagnola mas ela não deu retorno", disse.
Fabiana frisou que o SAE (Serviço de Atendimento Especializado) já trabalhou com a entidade. "Eu tenho interesse pessoal em realizar um projeto com a Comunidade. O serviço de HIV é bem estruturado. Estamos nos capacitando com relação a certificação e a parceria irá existir", concluiu.