Ouvidoria do hospital enviou ofício à Câmara de Vereadores informando que o caso passa por sindicância
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
A Santa Casa de Votuporanga enviou um ofício à Câmara de Vereadores, que foi lida na sessão ordinária de ontem, informando que deu início aos trabalhos da ouvidoria para averiguação do que realmente aconteceu no atendimento prestado ao garoto Breno. O trabalho deve apurar se houve negligência ou falhas que podem ter colaborado para a morte da criança.
O ofício foi lido pela vereadora Encarnação Manzano e repetido depois, pelo presidente da Câmara em exercício, Osvaldo Carvalho da Silva. A carta acatou asolicitação da presidência do Legislativo para a instalação de um processo de inquérito sobre o atendimento prestado ao menino Breno Augusto Cardoso Guimarães, de 2 anos, falecido depois de atendimento no Pronto Socorro.
A Santa Casa informou que o administrador do hospital, Mário Cesar Homsi Bernardes, solicitou o início dos trabalhos da ouvidoria, para que se junte documentos e relatos para a apuração dos fatos. Após o encerramento da investigação interna, os vereadores e a população serão informados dos resultados.
Na tribuna, o presidente em exercício, Osvaldo Carvalho, afirmou que apesar da morte da criança ter sido uma fatalidade que não pode ser apagada, tal erro não pode crucificar o trabalho do corpo clínico, funcionários, enfermeiros e estagiários da instituição. "A transformação por que a Santa Casa passou nos últimos anos, tanto estrutural, como com relação aos colaboradores que ali se dedicam dia e noite não pode ser desconsiderada", afirmou Carvalho.
Osvaldo disse também que é fácil fazer críticas em momentos de crise e defendeu o hospital. "Faço questão de relatar que o centro cirúrgico recebeu o certificado ouro da 3M, pelas boas práticas de esterilização. Poucos hospitais do Brasil receberam a certificação que atende as normas nacionais e internacionais de excelência. Também, que o hospital completou a marca de 300 cirurgias cardíacas com índices elevados de qualidade, já que não houve mortes decorrentes das operações. Em comparação com a saúde nacional, a nossa UTI Neo Natal é motivo de orgulho, pois atende a média de 20 recém-nascidos por mês, com sete leitos para o SUS. Vamos esperar a ouvidoria tomar as devidas providências", afirmou. O vereador destacou também a população atendida pelo Pronto Socorro da Santa Casa na região passa de 300 mil habitantes e que a demanda de atendimentos mensal do hospital aumentou significativamente nos últimos anos.
Outro vereador que se manifestou sobre o assunto foi Eliezer Casali. Ele cobrou na
tribuna que o caso seja esclarecido, mas que por outro lado, que a Santa Casa não seja massacrada pela morte da criança.
"A morte de Breno foi uma fatalidade. É um caso que tem que ser apurado, para se saber o que realmente aconteceu, mas em nenhum momento a gente pode execrar o hospital, que está sendo administrado de forma séria e competente. A Santa Casa formalmente reconhece que os fatos vão ser apurados e se houve negligência, punir", afirmou Eliezer.
O presidente da câmara, Mehde Meidão Slaiman Kanso, que na semana passada
criticou seriamente o hospital não participou da sessão, por estar em viagem a Brasília.
Na última sexta-feira, o médico que atendeu Breno afirmou que o mal sofrido pela
criança foi diagnosticado como decorrente de um choque cardiogênico, que
desencadeou um processo de cascata, que levou à morte da criança. A Santa Casa apura agora o que ocorreu com a criança enquanto aguardava a atenção médica.