O vice-presidente da Câmara Municipal, Osvaldo Carvalho, reclamou da alta do álcool
Da Redação
O preço do álcool subiu disparadamente nos últimos dias, chegando a uma variação de 13%. Por consequência do aumento, proprietários de veículos flex trocaram o álcool pela gasolina.
O empresário Bruno Rogério Bertuolo trocou de combustível. Segundo ele, financeiramente compensa utilizar gasolina em seu veículo que é flex. "Usava álcool, mas agora uso gasolina porque o álcool subiu muito", afirmou.
O reajuste elevado foi comentado na última sessão pelo vice-presidente da Câmara dos Vereadores, Osvaldo Carvalho. Ele disse que viajou a São Paulo na semana passada e quando retornou, dois dias depois, deparou com o aumento e ficou surpreso. "O abusivo preço do álcool traz uma falsa ilusão que a gasolina compensa. Não é que a gasolina compensa, é que que o álcool está caro demais", explicou.
De acordo com informações do proprietário da Auto Elétrica HM, também mecânico Hilton Aparecido de Paulo, a gasolina tem um ganho de aproximadamente 40% em relação ao consumo do álcool. "A explosão da gasolina é mais fácil, enquanto a do álcool exige que o carburador jogue mais combustível para manter o carro", explicou Hilton.
A professora Izabel Martins também trocou o combustível que abastece seu veículo. "Com o álcool mais caro, a gasolina compensa mais", defendeu.
Sendo assim, o alta do preço do álcool está refletindo na venda de combustível. No Posto Gramadão, a cada duas partes de álcool, uma de gasolina era vendida,
atualmente a saída de ambos está igual. De acordo com o gerente do posto, Kelson de Castro, a tendência é que a situação fique invertida e o consumo se estabeleça assim: a cada duas partes de gasolina, uma de álcool seja vendida.
Kelson explica que o reajuste foi repassado pelo fornecedor. "As refinarias passaram o preço com aumento e somos obrigados a repassar. Devido a entressafra e a exportação do combustível, o custo ficou elevado", disse.
Na época de chuvas, grande parte da usinas faz um intervalo das atividades, este período é chamado de entressafra. Não havendo a colheita da cana, de onde álcool é originado, os estoques das refinarias diminuem e o custo aumenta. A exportação também retira boa parte do etanol do mercado brasileiro, assim fechando o ciclo do preço alto.
Kelson estima ainda que, o preço volte ao normal até maio, um tempo depois das refinarias e usinas retomarem as atividades. "Acredito que o preço deve chegar a R$ 1,50 pelo menos", previu o gerente. (Vanessa Costalonga)