A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem a transferência de
controle acionário da distribuidora de energia Elektro da norte-americana Ashmore
Energy International (AEI) para a espanhola Iberdrola.
Segundo a assessoria de imprensa da agência reguladora, as empresas têm, a partir de ontem, 90 dias para implementar a transferência, e este foi o último passo do processo de aquisição, anunciado em 20 de janeiro.
Na ocasião, a Iberdrola, que no Brasil faz parte do bloco de controle da Neoenergia, anunciou a compra de 99,7 por cento da Elektro por 1,78 bilhão de euros (2,4 bilhões de dólares).
O negócio encerrou meses de rumores sobre o interesse de diversas empresas na
distribuidora brasileira, que atende a 223 municípios paulistas, entre os quais
Votuporanga, e cinco do Mato Grosso do Sul, totalizando 2,1 milhões de clientes.
No início de março, a Iberdrola afirmou que possui várias opções em aberto para a distribuidora, que incluem de uma integração com a CPFL Energia a uma divisão dos ativos da Neoenergia.
A Iberdrola declarou interesse em unir Neoenergia e Elektro, movimento que tornaria a "nova Neoenergia" a líder de mercado brasileiro de distribuição, com 16,33 por cento de participação, superando a Cemig, que somando-se à Light possui 16,19 por cento, com base em números da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia (Abradee).
O fato de a Previ fazer parte do bloco de controle da Neoenergia, com participação direta de 22,2 por cento e indireta de 26,8 por cento, seria um impeditivo para as intenções da Iberdrola, que detém 39 por cento do capital da Neoenergia.
"Acredito que haverá uma alteração na Neoenergia. Houve notícias de que ela (Previ) queria se desfazer de algum ativo, e pode ser da Neoenergia", diz Rosângela Ribeiro, da SLW Corretora. Para ela, a Previ poderia aumentar a fatia na CPFL ou buscar outros ativos.
Com uma eventual venda da parte da Previ na Neoenergia para a Iberdrola, o caminho estaria livre para que a espanhola unisse Neoenergia e Elektro.