Andressa Aoki
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Depois da tempestade, vem a calmaria. A diretoria da Santa Casa de Votuporanga se reuniu com os vereadores ontem pela manhã para apresentar os atendimentos prestados pelo Pronto Socorro e pedir paciência.
Coube ao administrador do hospital, Mário Homsi Bernardes, acalmar os vereadores e expor com números e slides como funciona o Pronto Socorro. Em seu discurso, ele destacou que quando o serviço é bem feito, é realizado da melhor maneira possível, mais pessoas querem ser atendidas. "Temos limite de pessoal, estrutura e financeiro. O SUS (Sistema Único de Saúde) não remunera de acordo com o que gasta", disse.
Mário explicou que atende serviços de urgência, emergência, exames e ambulatório e que o Pronto Socorro funciona 24 horas. "Temos dois médicos por turno no SUS e um para convênio e particular, somente até à meia-noite. Juntamente com eles, há oito profissionais de enfermagem e 35 técnicos e auxiliares", afirmou.
O administrador falou sobre a sugestão do vereador José Antônio Pereira dos Santos (Colinha) em ter três médicos. "Poderíamos ter o quanto quiséssemos, mas não temos recursos para isso", complementou.
Ele ressaltou que os atendimentos de urgência e emergência são prioridade para a Santa Casa atender tanto os pacientes de Votuporanga quanto os da região. "Urgência é quando precisa de atendimento imediato, mas não corre risco de morte. Já a emergência, é a doença ou situação que há risco de morte. Sem ser os dois, as pessoas têm que se dirigir a postinhos, ao Mini Hospital do Pozzobon. Com relação aos demais municípios, é obrigação dos prefeitos resolverem o problema de atenção básica", afirmou.
Mário explicou que a grande maioria das reclamações da ouvidoria está relacionada a atenção básica. "Os profissionais estão preparados para outra complexidade. A estrutura é cara para este tipo de atendimento", disse.
O presidente da Câmara Municipal, Mehde Meidão Slaiman Kanso, perguntou por que a instituição não realiza uma campanha para orientar a população. "A Santa Casa foi a todas as rádios, fizemos outdoors, fomos nas escolas e fizemos teatro para mostrar a diferença dos atendimentos. Só faltou esclarecer uma coisa: aonde as pessoas se dirigirem depois dos postinhos fecharem. Com a instalação da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), retornamos com força total esta conscientização. O nosso sonho é atender apenas pacientes do Samu e do Corpo de Bombeiros", respondeu o administrador. Mário apresentou dados referentes a 2010. Foram atendidas 76.622 pessoas pelo SUS e 29.576 de convênios e particulares. Ao todo, foram 106.198, com uma média diária de 310 atendimentos por dia. "Mensalmente o Estado repassa R$ 41.083 para o Pronto Socorro, sendo que R$ 8.390 são para consultas especializadas. O SUS paga R$ 16,78 para consultas e R$ 1,85 para a atenção básica. A receita é de R$ 195.034,26 e a despesa é de R$ 476.527,44", explicou.
Uma das coordenadoras do Pronto Socorro, Lívia Rodrigues Sgrignoli Fernandes, destacou que 90% destes atendimentos são de saúde primária. "Para os pacientes de atenção básica, o SUS paga R$ 30,04 sendo que gasto R$ 73,40. O saldo negativo é de R$ 43,36", emendou Mário.
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