JL Pavam
A principal meta do provedor da Santa Casa de Votuporanga, Luiz Fernando Góes Liévana, é melhorar, cada vez mais o atendimento dos pacientes. Luiz Fernando esteve no Rotary Club Novo Milênio na noite de segunda-feira, acompanhado do administrador do hospital, Mário César Homsi Bernardes, onde fizeram uma completa explanação sobre a situação da Santa Casa. O convite foi feito pela presidente do clube de serviços, Maria Lúcia Sanches Vargas.
"Meu ideal é dar às pessoas que procuram a Santa Casa um bom atendimento", revelou. De acordo com ele, cuidar da Santa Casa é enxugar gelo, devido à complexidade de problemas que surgem no dia-a-dia. "Temos hoje 1300 funcionários, distribuídos na Santa Casa, nos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidade) de Votuporanga, Jales e Santa Fé do Sul, Farmácia de Alto Custo, Sansaúde e Consultório Municipal do Jardim Marin", contou o provedor.
Por sua vez, o administrador disse que, quando o ex-provedor Nasser Marão Filho - atual prefeito da cidade - assumiu o hospital em 2003, a Santa Casa tinha um faturamento de R$ 7 milhões, porém tinha um ]a dívida altíssima com fornecedores e FGTS. "A partir de junho de 2005 passamos a recolher o FGTS regularmente e parcelamos o atrasado. Hoje o faturamento gira em torno de R$ 55 milhões, porém as despesas cresceram na mesma proporção", enfatizou. O acerto de contas proporcionou ao hospital a garantia de receber recursos das esferas governamentais.
De acordo com Bernardes, o gargalho da Santa Casa, atualmente, é o Pronto Socorro, por onde passam 9 mil pessoas por mês, a R$ 7 por atendimento. Lembrou do acordo que os promotores José Vieira da Costa Neto e Eduardo Martins Boiati fez com os prefeitos das 16 cidades do microrregião de referência de Votuporanga. "Apenas o prefeito de Cardoso não quer assinar o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), pelo qual os municípios se responsabilizam pelos custos de seus pacientes quando atendidos na Santa Casa. O custo estabelecido é de R$ 43 por pessoa, disse.
O administrador lembrou que todas essas cidades fecham seus postos de saúde às 17 horas e nos finais de semana não abrem. "As pessoas, então, não têm para onde ir senão a Santa Casa. Nós somos obrigados a atender no Pronto Socorro urgência e emergência, mas ficamos sobrecarregados com atendimento básico da população que vem de fora. Os promotores estão fazer com que esses prefeitos mantenham um atendimento contínuo, inclusive nos finais de semana, para seus munícipes", frisou.
"Cada vez mais cresce o número de atendidos. "Recebemos um milhão de pacientes por ano na Santa Casa e nos AMEs. Somente no AME de Votuporanga são atendidas 900 pessoas por dia."
Mário Bernardes falou ainda dos serviços prestados, como a UTI neonatal, que tem prejuízo mensal de R$ 80 mil, além dos serviço de diagnóstico de primeiro mundo, cirurgias cardíacas, angioplastia, radiologia "e serviços de alta complexidade que não perdem para nenhum centro maior da região", acrescentou. Segundo ele, são realizadas, mensalmente, 50 cirurgias cardíacas, destas apenas cinco pelo SUS, devido ao alto custo.
Também lembrou quer tudo na Santa Casa é feito obedecendo aos mais rigorosos padrões de gestão. "O dinheiro que recebemos de todas as fontes é muito bem aplicado, por isso ganhamos a condição de Regional da Federação dos Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo".
Outro detalhe importante, revelado pelo administrador, é que recentemente esteve na Santa Casa local o vice-presidente do Santander do Brasil. "Ele ficou tão encantado com tudo o que viu e o grande número de funcionários que nos ofereceu o programa de RH (Recursos Humanos) daquela instituição. Aliás, é a primeira vez que eles fazem isso", contou.
Ainda sobre a situação de referência que desfruta a Santa Casa, falou sobre a visita feita pelo maestro João Carlos Martins, que, na oportunidade, ligou para os principais meios de comunicação do Brasil, para narrar o que estava vendo. "Vocês não sabem onde estou. A Santa Casa de Votuporanga é o 'Albert Einstein' do Interior de São Paulo".
Sobre as críticas que o hospital recebe, Bernardes disse que no Pronto Socorro passam mais de 300 pessoas por dia "e procuramos dar o melhor atendimento, porém uma que não sai satisfeita é o suficiente para contaminar uma multidão, de que o atendimento é péssimo. Revelou que Marão, quando assumiu mostrou ser um grande empreendedor. "Sem medo de nada, buscou a união de todos e transformou a Santa Casa. Na sequência, veio o Bressan (Luiz Mansilha Bressan), que com um jogo de cintura político conseguiu manter os investimentos no hospital. Atualmente, o Luiz (Liévana) reduziu os investimentos na parte física, mas priorizou o atendimento e o funcionalismo".
Falou ainda sobre a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que será inaugurada em março, para onde serão direcionados todos os atendimentos de emergência e pronto socorro. "A UPA vai desafogar o Pronto Socorro da Santa Casa", disse.
Em maio, o Rotary Novo Milênio vai realizar um almoço beneficente, cuja renda será revertida para a Santa Casa.
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