Governo bloqueou R$ 1,5 bilhão do orçamento e determinou revisão de contratos de obras
Da Redação
O sonho de ver a rodovia Euclides da Cunha duplicada vai se distanciando cada vez mais. As empreiteiras, ao que parece, até desistiram de instalar canteiros de obras. Em entrevista coletiva concedida quando da inauguração da nova UTI da Santa Casa de Jales, no último dia 15, o secretário de Gestão Pública do Estado, Júlio Semeghini, disse que a duplicação da Rodovia Euclides da Cunha pode começar, mas não tem certeza de quando isso vai acontecer.
Embora governado pelo mesmo partido - o PSDB - há quatro mandatos, São Paulo não é exemplo de continuidade. Há menos de um mês no Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin já ordenou a revisão de todos os contratos da administração anterior com empresas terceirizadas. Também bloqueou R$ 1,5 bilhão do Orçamento do Estado logo em sua primeira semana no cargo, ordenando à sua equipe que passasse um "pente fino" no plano de investimento dos antecessores José Serra e Alberto Goldman.
Em 2007, quando sucedeu Alckmin no governo, Serra também ordenou uma auditoria de todos os contratos da administração anterior.
No atual governo, a principal inflexão deverá ser na política educacional. Alckmin não deve continuar com o programa de progressão continuada dos alunos da rede pública estadual.
Instituída no governo Mário Covas, a iniciativa foi mantida pelos demais governadores. Era um dos pontos mais polêmicos da gestão tucana, e já na campanha Alckmin prometeu encerrá-lo.
O programa de remuneração de professores por mérito, uma das iniciativas defendidas por Serra, sofrerá alterações - o sindicato dos professores era um dos maiores críticos do projeto.
Na segurança pública, o novo governo planeja retomar o projeto de construir 46 presídios no interior do Estado. Também está nos planos de Alckmin a transferência dos prédios da administração estadual para o Centro da capital.
De acordo com Semeghini, se a obra da duplicação da rodovia tivesse sido iniciada no ano passado, nem que fossem apenas alguns metros, ela não seria interrompida, pois a ordem do governador Geraldo Alckmin é para continuar tudo o que foi iniciado no Governo Serra, afirmou o secretário. Como isso não foi possível, volta a luta para que a duplicação seja considerada prioritária pelo novo governo.
O secretário explicou que a obra não começou no ano passado porque não foi possível concluir toda a documentação referente ao meio ambiente, "o que só foi feito nos últimos dias, mas agora já está tudo resolvido e a qu stão passa a ser a liberação dos recursos, pois o governador exigiu a revisão dos contratos, visando um contingenciamento de 20% dos valores totais", o que, segundo ele, não é pouco.
Semeghini acredita que o governador Alckmin não vai querer perder a oportunidade de fazer a duplicação, mas a dúvida é se ele vai ter o dinheiro para começar a obra agora. Além disso, o desafio é procurar impedir que os recursos da duplicação sejam deslocados para outras obras.
A mais recente polêmica envolvendo a rodovia Euclides da Cunha é a redução de velocidade para veículos leves, de 100 km/h para 80 km/h, com radares em vários pontos da pista, confirmou noticiou o jornal A Cidade, em primeira mão. Centenas de motoristas já foram multados por desconhecerem o limite de velocidade, já que a mudança foi feita sem qualquer aviso prévio.
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