Presidente da empreiteira Conter, Carlos Silveira, está desmobilizando a equipe por falta de previsão de início de obras
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
A novela da duplicação da rodovia Euclides da Cunha (SP-320) está longe de acabar. Além da população, até as empreiteiras estão céticas e começam a abandonar os canteiros de obra. Acompanhando as empresas vencedoras da licitação — Constroeste, Serveng/S.A.Paulista e Bandeirantes —, a equipe da Conter instalada em Votuporanga, voltará para a capital. "Somos os que mais se mobilizaram para a obra, muitas já se foram. Estamos na cidade, mas não tem nada para fazer", disse o presidente da Conter, Carlos Silveira, em entrevista ao jornal A
Cidade. Ele ressaltou que nesta semana a empreiteira não estará mais no município.
Silveira afirmou que a Secretaria do Meio Ambiente pediu mais 30 dias para liberar a licença ambiental. "Eles culpam o meio ambiente, mas tanto as Secretarias de Transporte como a de Meio Ambiente são subordinadas ao governador [Alberto Goldman], que poderia resolver. Se o governador mandasse, eles iriam fazer", ressaltou.
Na última nota da Secretaria Estadual dos Transportes, o órgão informou que o processo licitatório das obras de duplicação já foi concluído e os contratos assinados, aguardando tão somente a Licença Ambimental Prévia (LP), assunto este que foi tema da conversa entre o Secretário Estadual dos Transportes, Mauro Arce, e o Secretário do Meio Ambiente, Pedro Ubiratan, no sentido de agilizar tal expedição, considerando que já foram requeridas tais licenças junto aos escritórios regionais da Cetesb de São José do Rio Preto, Votuporanga e Jales. E, tão logo as licenças sejam expedidas, as obras serão iniciadas. A nota dizia ainda que a duplicação é uma das principais obras de infraestrutura do Governo no Estado de São Paulo.
O presidente da Conter afirmou ter prejuízo com o atraso das obras. "Aluguei casa para o escritório que já estamos devolvendo. Conversamos com profissionais para empregá-los, pessoas que estão desde outubro esperando para começar a trabalhar e que não arranjaram outro trabalho, na esperança de serem contratadas para a obra. Mas não podemos contratar, se a empresa também não foi contratada", frisou.
Para ele, o momento é de instabilidade emocional. "Imagina um pai de família desempregado e parado sem receber. Ficamos dois meses parados em Votuporanga", complementou.
Silveira disse ainda que as empreiteiras pensam em voltar para os canteiros de obras apenas em janeiro, por conta do prazo pedido pela Secretaria. "O governador foi até Votuporanga e não começou a obra. Será que não sabia que precisava desta licença?", questionou. O governador Alberto Goldman esteve em Votuporanga no dia 16 de setembro para a assinatura da ordem de serviço para as obras de duplicação da rodovia. A solenidade reuniu 26 prefeitos de toda a região, o secretário dos Transportes, Mauro Guilherme Jardim Arce e o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Machado Costa.
Enquanto os problemas burocráticos ainda não são resolvidos, o presidente da Conter já fez um ultimato. "Só volto para Votuporanga, quando tudo estiver oficialmente acertado", finalizou.
Obra
A construtora Conter está responsável pelas obras no trecho entre Cosmorama e Votuporanga, num custo de R$ 92,7 milhões; de Votuporanga a Fernandópolis, totalizando R$ 87,2 milhões e entre os municípios de Estrela d'Oeste e Urânia avaliada em R$ 101,6 milhões.
Já entre Urânia e Santa da Ponte Pensa, que representa os lotes 5 e 7 da licitação, a obra será feita pelo consórcio Serveng/S/A Paulista. O último lote (8) - entre Santana da Ponte Pensa a Rubinéia - será feito pelo consórcio Bandeirantes.
Na Euclides da Cunha estão previstas construções de seis dispositivos: Trevo no Distrito de Simonsen localizado entre os quilômetros 510 e 511; Retorno entre Simonsen e o viaduto “Nelson Camargo”, localizado entre os quilômetros 512 e 513; Alça de acesso e passarela para pedestres em frente à Cidade Universitária da Unifev – Centro Universitário de Votuporanga, localizados entre os quilômetros 518 e 519; Travessia ligando a avenida Wilson de Souza Foz à avenida CESP, na Zona Norte da cidade, localizada entre os quilômetros 520 e 521 e prolongamento da marginal Nasser Marão; Trevo no cruzamento com a rodovia Péricles Belini, localizado entre os quilômetros 521 e 522; e retorno próximo ao Pampa Ville, localizado entre os quilômetros 524 e 525.
Para a rodovia Péricles Belini estão previstos mais três dispositivos: Travessia que liga a avenida das Nações ao 2º Distrito Industrial, localizada no quilômetro 126; Trevo que liga o bairro Chácara das Paineiras (Rua Vitório Albarello) à estrada vicinal “Nelson Bolotário”, conhecida como “Subida da Morte“ (sentido Valentin Gentil), localizado no quilômetro 125; e trevo que liga a avenida Onofre de Paula ao Residencial Noroeste, localizado no quilômetro 124. O lote referente às obras no trecho do município de Votuporanga é o segundo de maior percurso e o que conta com maior número de dispositivos. A obra toda está orçada em R$ 770 milhões provenientes do governo estadual.
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