Votuporanga teve dois casos de suspeita da doença; médico infectologista descartou a hipótese de leishmaniose
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga não apresenta caso de leishmaniose. A Secretaria de Saúde estava analisando dois pacientes que estavam com suspeita da doença: uma adulta de aproximadamente 35 anos e um senhor de 58 anos.
O médico infectologista da pasta, Jucival dos Reis Fernandes, explicou ao jornal A Cidade, que no caso da mulher, a hipótese de leishmaniose foi descartada por falta de sintomas. "Ela não apresentava nenhum dos sintomas clássicos associados a doença. Os sinais mais comuns são febre prolongada geralmente de 15 dias, emagrecimento, fraqueza, aumento do fígado e do baco, anemia e alterações dos glóbulos brancos e plaquetas, no conjunto denominamos pancitopenia", ressaltou.
O médico afirmou ainda que o senhor apresentava as alterações. "O quadro evoluiu com remissão dos sintomas e após avaliação pelo hematologista descartamos a hipótese, ou seja, o paciente melhorou sem o tratamento específico", emendou. Segundo a Secretaria, 22 cachorros foram sacrificados por casos confirmados da doença, dez estão aguardando resultados (suspeitos) e 15 já foram liberados (não estão contaminados).
Jucival alertou a população com relação à doença. "As orientações são para as pessoas que apresentarem emagrecimento (mais que 10% do peso em curto espaco de tempo) e febre com duração superior a 15 dias sem diagnóstico. Para estes casos, é importante que procurem o serviço de saúde", destacou.
Durante audiência pública realizada recentemente, a secretária da Saúde, Fabiana Parma, comentou sobre leishmaniose. "Já estávamos realizando trabalho, antecipando a entrada do mosquito palha. Toda a região estava acometida e já esperávamos os casos. Realizamos estudos em parceria com a Secretaria do Estado para identificar o raio de abrangência de alcance do mosquito, para que não se alastre", explicou.
Fabiana ressaltou que na cidade há focos dispersos, mas com bastante concentração nos bairros Paineiras e Vila América.
Leishmaniose é causada por infecção pelos protozoários do gênero Leishmania, os quais se espalham através da picada de mosquitos palha ou birigui. Há várias formas de leishmaniose, sendo que as mais comuns são a cutânea, que causa feridas na pele, e visceral, que afeta alguns órgãos internos como fígado, medula óssea e baço. A doença é transmitida através da picada de um mosquito. Geralmente a doença acomete cães sadios, enquanto que nos humanos tem predileção por pessoas com imunidade diminuída.
O cão, após ser contaminado por um mosquito infectado, apresenta um período de incubação que varia de 2 meses a 6 anos. Os sinais mais comuns da doença são problemas de pele e pelo (dermatite seborréica, falta de pelo ao redor dos olhos, feridas na ponta das orelhas e na ponta do focinho), crescimento exagerado das unhas, emagrecimento, apatia, febre, sangramento nasal ou oral, problemas nos olhos, pode haver aumento do abdômen por causa do aumento de órgãos (baço e fígado), problemas renais. No entanto mais da metade dos cães portadores não apresentam sinais.
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