Da Redação
Eleito com 100.195, Edinho Araújo foi o candidato a deputado federal mais votado do PMDB no Estado de São Paulo e volta à Câmara Federal depois de dez anos. Nesse período ele foi prefeito de São José do Rio Preto por dois mandatos consecutivos, o primeiro prefeito daquela cidade a ser reeleito. Edinho foi prefeito de Santa Fé do Sul, deputado estadual por três mandatos e deputado federal por duas legislaturas. Foi também presidente da Dodasp (Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado de São Paulo), de 2009 a 2010 e dirigiu
o programa Melhor Caminho, de recuperação de estradas rurais não pavimentadas.
Edinho também foi o principal lutador para a construção da ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná, unindo os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Pela sua militância, tem um estreito relacionamento com as lideranças de praticamente todos municípios da região, entre os quais Votuporanga. Veja a seguir os principais tópicos de entrevista concedida pelo deputado eleito ao jornal A Cidade.
Pergunta: O senhor ficou 12 anos afastado das bases regionais e fez uma campanha financeiramente modesta. Muitas lideranças que o apoiaram no passado já estavam compromissadas com outros candidatos. Como explica a colocação como deputado mais votado do PMDB e o federal mais votado em Rio Preto?
Edinho: Em primeiro lugar quero agradecer a cada um dos eleitores e eleitoras que votaram em mim. Podem ter certeza que honrarei os votos recebidos, como fiz nas outras nove eleições que venci. Recebi este resultado, particularmente, com muita emoção pela opção que fizemos.
Optamos por não contratar lideranças regionais para trabalhar o nosso nome. Foi uma campanha modesta, com um resultado que nos orgulha muito. Fui votado em quase todos os municípios da região e em localidades de São Paulo onde não pude estar durante a campanha. São votos conscientes, de pessoas que conhecem e reconhecem nossa trajetória política. Sabia que a eleição era muito dura. Mas ser o mais votado do PMDB paulista foi decisivo. E me orgulho de ser o federal mais votado da história de Rio Preto, pois a concorrência foi a mais acirrada de todos os tempos. Fui o deputado federal mais votado da história de Rio Preto. Tive 62.680 votos. No ano de 2002 Aloysio Nunes (agora senador) conquistou 61.378 votos.
A região Noroeste elegeu vários deputados estaduais e federais. E ainda fez o senador mais votado do país... O senhor acredita que o eleitor regional votou mais consciente?
Edinho: Isso é de suma importância para a região Noroeste. A grande representatividade conquistada em São Paulo e Brasília, e a eleição de Aloysio Nunes para o Senado, representam um marco na história política regional. Se todos unirem esforços, ganhará a população da região. Quanto ao Aloysio, sabemos que, finalmente, São Paulo terá um senador antenado com as questões municipalistas, conhecedor profundo da política nacional, trazendo esperança de que a força de São Paulo volte a ser sentida em Brasília. Quero ressaltar ainda
que, na prática, o eleitor votou distritalmente para deputado. Soube escolher pessoas próximas, que conhecem bem a região. Na reforma política, vou defender a adoção do voto distrital justamente por essa proximidade: o eleitor tem muito mais facilidade para exigir e cobrar do candidato que ajudou a eleger.
O senhor falou durante a campanha em ser a voz forte da região. O que significa isso? A região estava sem voz?
Edinho: Quer dizer que vou usar minha experiência e sensibilidade para estudar os problemas regionais e funcionar como uma ponte entre os interesses das nossas comunidades e as autoridades de São Paulo e Brasília. Volto ainda mais experiente. Conheço muito bem o funcionamento da máquina federal, pois fui deputado em Brasília por duas vezes. Trago ainda a experiência de três mandatos como deputado estadual, três vezes prefeito e presidente da Codasp. Preparei-me para a vida pública e nunca tiver vergonha de dizer que sou político. A política que entendo é aquela feita com "P" maiúsculo. Vou ser, sim, a voz forte da região em
Brasília, lutando ao lado dos prefeitos para aumentar a parcela do bolo de arrecadação dos municípios e pela regulamentação da Emenda 29, que obrigará o governo federal a investir 10% de seu orçamento em Saúde, elevando os recursos para o setor e beneficiando especialmente o SUS, entre muitas outras prioridades.
Entre suas propostas está um plano viário regional para melhorar nossas rodovias e
ferrovias. Isso é atribuição de deputado?
Edinho: É evidente que sim. Entre as funções do deputado está ser o porta-voz das
reivindicações da comunidade junto ao Poder Executivo, através de indicações, proposituras e reuniões com ministros e secretários de Estado. Vou levar a São Paulo e Brasília um plano para recuperação das nossas rodovias, pois muitas delas têm hoje um volume de tráfego superior àquele para o qual foram projetadas. Falo principalmente da Feliciano Salles Cunha, entre Mirassol e Ilha Solteira, que precisa de obras de segurança - duplicação ou viadutos - nos trevos em nível e terceiras faixas em pontos críticos. É inconcebível que continuem acontecendo
tantos acidentes com mortes nos acessos às cidades servidas pela rodovia. Acredito que nessa luta teremos o apoio do governador eleito Geraldo Alckmin e do senador Aloysio Nunes. E vamos acompanhar atentamente o cronograma de obras da duplicação da rodovia Euclides da Cunha entre Mirassol e Santa Fé, autorizada pelo governo de São Paulo.
Como o senhor vê a eleição de Geraldo Alckmin em São Paulo?
Edinho: Com muito otimismo. O Alckmin, que foi meu contemporâneo de Assembléia Legislativa, é um homem muito preparado, conhece cada canto de São Paulo e a população viu nele o comandante ideal para o nosso Estado. Tenho certeza que nossa região será ouvida e atendida. Trabalhei com o Alckmin no governo Serra, fui presidente da Codasp e ele Secretário do Desenvolvimento, e testemunhei o dinamismo dele. São Paulo está em ótimas mãos. Creio que poderemos ampliar dois programas importantes, o de recuperação de vicinais e o "Melhor Caminho" da Codasp, que reconstrói estradas de terra por onde escoa a produção agropecuária.
E no segundo turno, o senhor continua com José Serra?
Edinho: É claro que sim, e estou muito otimista. Esta é uma nova eleição, começa tudo do zero, com tempos iguais de televisão, e o inveritável confronto de propostas. Vejo o Serra com muito mais conhecimento e experiência para administrar o país. Sempre acreditei no segundo turno, mesmo quando as pesquisas diziam o contrário. Tenho uma experiência muito particular com as pesquisas. Elas sempre me colocavam atrás quando disputei a prefeitura de Rio Preto e eu venci os quatro turnos das duas eleições de prefeito.
Que mensagem o senhor deixa para o eleitor que votou em Edinho?
Edinho: Contem sempre com meu trabalho. A partir de agora tenho responsabilidade sobre todos os votos que recebi em cada cidade da região. Tenho certeza que retribuirei com muito trabalho os votos e o carinho da população regional
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