Cardiologista do hospital faz alerta contra as doenças cardíacas e recomenda exercícios
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
As doenças cardíacas e ataques do coração são as maiores causas de mortes no mundo, sendo responsáveis por 45% de todas as mortes em países industrializados e até 25% em outros. O Dia Mundial do Coração é lembrado hoje e é uma data importante para aletar a população sobre a necessidade de se cuidar desse órgão vital. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registra média anual de 70 mil mortes por infarto. Outros levantamentos apontam que as doenças cardiovasculares representam a primeira causa de mortalidade em todo mundo.
A Santa Casa de Votuporanga atende, por mês, de 18 a 20 pacientes com infarto agudo e sintomas de dor no peito. Segundo o cardiologista e médico hemodinamicista, João Anísio Ferreira Júnior, 50% deles morrem na primeira hora. "Nos pacientes infartados, o que tem que ser feito é abrir a artéria ocluída e tratar, seja com medicamentos ou com angioplastia. Vale ressaltar que as pessoas com desconforto toráxico devem ser encaminhadas para o hospital", explicou.
A angioplastia é uma cirurgia realizada com o intuito de desobstruir uma artéria do paciente. Essa técnica hemodinâmica utiliza um minúsculo balão na ponta de um catéter, que é insuflado dentro da artéria que está obstruída com placas de gordura e sangue, além de uma minitela de aço chamada stent que, aberta, facilita o fluxo sanguíneo. São realizados na Santa Casa, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), dez procedimentos por mês. "Também atendemos pacientes do AME (Ambulatório Médico de Especialidades), que passaram por um cardiologista e precisam da angioplastia. Eles são encaminhados para uma fila de doentes. Aumentamos o teto para a hemodinâmica e a administração tem, a todo custo, se esforçado para elevar mais", complementou. A hemodinâmica fez oito exames por dia, realizando 120 procedimentos por mês.
João Anísio destacou que os casos mais atendidos pela Santa Casa são: hipertensão arterial sistêmica (HAS) e casos de arritmia cardíaca. "A nossa região é endêmica para doença de Chagas. A arritmia é a alteração cardíaca com aumento da frequência cardíaca e irregulariedade do ritmo. Já os bloqueios átrios-ventriculares é quando há diminuição da frequência cardíaca, precisando de marca passo", afirmou.
Nos casos de arritmia, o tratamento é a base de medicamentos e métodos eletrônicos: a cardioversão elétrica, indicada nos pacientes com ritmos rápidos que proporcionam risco de vida (taquicardia ventricular).
O cardiologista ressaltou que nos episódios de infarto agudo de miocárdio estão ligados a causas multifatoriais como histórico familiar, hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo, estresse, sedentarismo e obesidade. "São fatores de risco controláveis. O que não se consegue alterar é o histórico familiar, mas que aliado a hábitos de vida saudável, diminui a chance de ter a doença", enfatizou.
Ele explicou que há 20 anos, a taxa de infarto em homens era maior. "Com o advento da mulher no mercado de trabalho, o estresse e o aumento de tabagismo no sexo feminino fizeram com que a taxa fosse praticamente a mesma, em ambos os sexos", disse.
João Anísio destacou que é preciso fazer check-up, como eletrocardiograma e testes ergométricos. "É preciso controlar os fatores de risco e melhorar a qualidade de vida", concluiu.
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