Pesquisa do IBGE mostra que menos de 1/3 dos municípios brasileiros fazem tratamento de seu esgoto
Da Redação
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB 2008) que mosta que mais da metade dos domicílios brasileiros não está ligada a rede de esgoto. A divulgação coincide com o fato de que na próxima semana, dia 28, Votuporanga inaugura a maior obra de sua história: a Estação de Tratamento de Esgotos.
A Pesquisa mostra um avanço tímido no serviço de saneamento básico do País entre 2000 e 2008. Há dois anos, 34,8 milhões de pessoas (18% da população brasileira) viviam em cidades onde não há nenhum tipo de rede coletora de esgoto. A pesquisa também aponta o alto índice de tratamento inadequado do lixo na grande maioria dos municípios brasileiros. Um terceiro levantamento revela que mais de um terço dos municípios têm área de risco no perímetro urbano e necessitam de drenagem.
A Estação de Tratamento de Esgotos de Votuporanga está orçada em R$ 17 milhões e irá colocar Votuporanga entre as poucas cidades brasileiras que coletam e tratam seu esgoto. No entanto, para obter condições sanitárias adequadas, não basta só coletar o esgoto, é preciso tratar. “O município tem que cuidar de todo o processo, desde a coleta até o tratamento”, comenta o superintendente da Saev Ambiental, Marcelo Marin Zeitune. Neste sentido, apenas 28,5% dos municípios brasileiros fazem tratamento de seu esgoto.
Votuporanga já possuía a rede coletadora de esgotos em todas as residências, mas
faltava fazer o tratamento. Há mais de 40 anos, a cidade despejava o esgoto sem tratamento no Córrego Marinheirinho, o que estava provocando a poluição e contaminação das águas, morte de peixes e assoreamento do córrego e nascentes. Eram cerca de 240 litros despejados por segundo. Para o ser humano, o risco do não tratamento está na propagação de doenças hídricas. Com o tratamento, a estimativa é que em dois anos, o rio se recupere da degradação.
O estudo do IBGE faz um raio-x da extensão e qualidade das redes de esgoto, de abastecimento de água, de drenagem da água da chuva e coleta de lixo e limpeza pública que atendiam os 5.554 municípios brasileiros em 2008. Dos temas, o esgotamento sanitário foi o que apresentou os piores resultados e os avanços mais lentos. “A Saev Ambiental é o órgão de Votuporanga que cuida de todos estes elementos tratados na pesquisa do IBGE; e temos que comemorar, uma vez que nossa cidade tem 100% de abastecimento e tratamento de água e tem sido referência no gerenciamento de resíduos sólidos, um desses exemplos foi a criação do Ecotudo e da Coopervinte”, destaca o secretário de Meio Ambiente da Saev Ambiental, Gustavo Gallo Vilela.
A PNSB revela ainda que 12 milhões de domicílios no País não têm acesso à rede geral de abastecimento de água. Apesar do aumento no número de domicílios ligados a rede de saneamento básico entre 2000 e 2008, o serviço ainda é deficiente e com distribuição desigual pelo País. Apenas quatro em cada dez domicílios brasileiros tem acesso à rede geral de esgoto. A proporção de 2000 a 2008 subiu de 33,5% para 44%, um aumento de 31,3% em oito anos.
O crescimento de municípios com rede coletora foi ínfimo: passou de 52,2% para 55,2% no período, o que significa um aumento de apenas 194 municípios. Os dados de tratamento do esgoto são ainda mais preocupantes: pouco mais de um quarto dos municípios (28,5%) tratam o esgoto coletado. Em relação ao destino do lixo, cinco em cada dez (50,8%) municípios despejam resíduos sólidos em vazadouros a céu aberto. Apenas 27,7% dão o destino correto, em aterros sanitários.