Dentro da Semana Nacional da Família, o tema proposto como reflexão para hoje é: "Aspectos econômicos da Família que forma". O aspecto financeiro é importante em qualquer setor de atividade e não é menos importante também na família. Estamos vivendo uma época em que as pessoas são convidadas a consumir, a comprar.
Propagandas bem elaboradas, programas de crédito facilitado, novidades nas vitrines, etc., são um verdadeiro apelo a gastar. A fonte de muitos problemas enfrentados pelas famílias está no mau uso do dinheiro e no abuso do crediário.
Todos estão cientes da importância do dinheiro para a sobrevivência da família. No entanto, o amor a ele é a raiz de todos os males. Em (1Tm 6: 10a.) Jesus já falara do perigo do dinheiro tornar-se um "deus" na vida do homem, em (Mt. 6: 24) Ele quis dizer que a busca das riquezas poderia exigir uma dedicação tão grande, quanto Deus exigia de seus servos. Seria, portanto, impossível servir aos dois, ao mesmo tempo. Esse fato foi exemplificado por Jesus quando Ele encontrou-se com o jovem rico (Mt. 19:16-22) não que a riqueza em si fosse de todo má, mas o coração pode estar tão preso por ela que isso se constitui num obstáculo para seguir a Jesus. Quando o dinheiro se torna um "deus" na vida do homem, tal pessoa é capaz de usar até meios ilícitos para obtê-lo ou usá-lo.
Dentro de muitos aspectos que envolvem a convivência familiar a questão econômica deve ser tratada com muito equilíbrio e responsabilidade. Saber lidar com o dinheiro e administrar a economia do lar é um grande passo para a família caminhar bem e na graça de Deus. Ter limites para gastar é algo a ser exercitado diariamente, especialmente para aqueles que recebem salário uma vez ao mês e não tem outra fonte de renda. É preciso gastar de acordo com o que ganha, aliás, esta é uma tarefa tão importante como qualquer outra dentro do lar. Caso isto não ocorra, a família poderá entrar em colapso financeiro sem precedentes.
Pela legislação civil quando marido e mulher se casa formam uma "sociedade", a partir disso as receitas e despesas dessa "sociedade" deve ser administrada com equilíbrio para que não entre em processo de falência.
O casal junto com os filhos deve estabelecer metas e prioridades dentro do lar. É
importante que os filhos participem das decisões, pois, irão amadurecer a necessidade de pensar juntos como família.
Geralmente o a mulher é mais sensível e detalhista ao cotidiano de um lar e o homem é mais racional, lógico e tem uma visão mais global, assim o cuidado financeiro dão lar deve ser ponderado por esse tempero para que ninguém saia gastando desordenadamente ou por outro lado querendo guardar dinheiro em detrimento de coisas essenciais dentro de casa.
Caixa único
Observamos em muitos lares que marido e mulher tem o seu salário, o seu cartão de crédito, a sua conta bancária de forma individualizada. Ora, se ambos vivem no mesmo espaço, onde comem e bebem, vestem, tem as despesas de energia, telefone, combustível etc., ou seja, gastam em comum. Porque os salários as contas corrente, os cartões de crédito são separados? Entendemos que marido e mulher dentro do lar devem ter um caixa único, com entradas e saídas de dinheiro em conjunto a fim de que a economia deste lar seja equilibrada e de forma harmoniosa sem individualismos.
Assim, conforme vai surgindo as necessidades do lar o dinheiro vai sendo canalizado para esse fim. Afinal o casamento é uma sociedade.
Podemos nos espelhar nos primeiros cristãos que colocavam tudo em comum. Os Atos dos Apóstolos (2,44 - 45) narra que a partilha acontecia segundo a necessidade de cada um, tudo era de todos. Assim devemos agir como família, colocando em comum e atendendo as prioridades do lar, seja dele, dela ou dos filhos.
Quando agimos com individualismo o "EU" e o "MEU" fala mais alto e o "NÓS" desaparece dos relacionamentos. O dinheiro faz parte da nossa vida, do nosso cotidiano, entretanto, não podemos deixar que ele seja um divisor, ao contrário, nos lares cristãos devem imperar esse entendimento, essa consciência econômica de responsabilidade financeira para que os filhos que são criados não se tornem consumistas, inconsequentes e endividados. Em tempos de crise e mesmo no tempo de bonança essa regra de ouro deve ser praticada para a prosperidade de nossas famílias e para o bem da sociedade.
José Carlos Quatrini / Marceli de F. B. Quatrini
Coordenadores da Pastoral Famíliar - Região de Votuporanga