Uma equipe da Unesp de Ilha Solteira está fazendo estudo que vai dizem quando a água poderá ser utilizada
Cibeli Moretti
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A partir do início do funcionamento de Estação de Tratamento de Esgoto "Antônio Aparecido Polidoro", o secretário de Meio Ambiente, Gustavo Galo Vilela, prevê um período de um ano e meio a dois anos para que o Córrego Marinheirinho esteja limpo.
Atualmente são despejados 240 mil litros de esgoto por segundo no córrego e afluentes. Segundo Gustavo, esta era a grande preocupação da autarquia antes da construção da ETE — o fato de Votuporanga ser a maior responsável pela poluição daquela área. "Sabemos que, sozinho, o córrego consegue se recuperar com muita rapidez. Um recente estudo mostrou que, se parassem de despejar esgoto no Rio Tietê, por exemplo, em um prazo de um ano e meio ele estaria limpo", explica.
O superintendente da Saev Ambiental, Marcelo Marin Zeitune, falou ontem, durante homenagem aos produtores rurais que colaboraram para a construção da Estação, que uma equipe da Unesp de Ilha Solteira foi contratada para coordenar um estudo que vai identificar exatamente quando a água dos córregos poderão ser utilizadas novamente.
"O estudo, que começou no início deste ano, prevê a coleta de amostras em sete pontos do córrego, nos locais próximos onde é lançado o esgoto hoje, em diferentes períodos".
Há cerca de 40 anos o Córrego Marinheirinho recebe o esgoto produzido pela cidade, que hoje tem cerca de 80 mil habitantes. Nos próximos meses os proprietários daquela região também ajudarão voluntariamente no trabalho de reflorestamento das áreas afetadas durante todos estes anos. A Saev, por sua vez, colocou-se à disposição de cada produtor rural para fazer a doação de mudas para a reconstrução das APP's (Área de Preservação Permanente) de cada propriedade. Alguns proprietários, no entanto, cobraram da autarquia que faça o reflorestamento, mas Gustavo esclareceu que neste momento já está sendo feita a recuperação de 36 nascentes, em 85 propriedades rurais na mesma região.
A ETE, que será inaugurada no próximo dia 28, passará por um período de testes por três meses e só depois começará a funcionar.
Homenagem
No mesmo encontro, que reuniu cerca de onze produtores rurais, a Saev prestou homenagem aos donos de propriedades que colaboraram no período de obras da Estação de Tratamento de Esgoto. Na oportunidade, Zeitune afirmou que a autarquia vê os produtores como parceiros eternos, alguns inclusive, tiveram que desapropriar terras para construção dos emissários.
No total, 15 produtores, donos de 17 propriedades, têm uma parte do emissário passando por debaixo de suas terras. São 14 metros de emissário. Nesses locais será proibido o plantio de culturas que tenham raízes, como a seringueira, o eucalipto, e outras árvores. Por outro lado será permitido o plantio de milho, algodão, cana-de-açúcar e outros.
Zeitune esclareceu também que todas as intervenções feitas dentro das propriedades serão reparadas pela autarquia, como cercas que foram derrubadas e curvas de nível que foram desfeitas. "Vocês (proprietários) merecem homenagem pelos esforços que fizeram e assim garantiram um enorme ganho ambiental para a nossa cidade".