Andressa Aoki
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O Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Votuporanga está preocupado com a quantidade de acidentes envolvendo motocicletas no município. O órgão reuniu autoridades, Polícia Militar e Departamento de Trânsito para discutir sobre possíveis medidas a serem tomadas e conscientização dos motoristas. O encontro foi realizado ontem, pela manhã, no Centro Social.
O presidente do Conseg, José Francisco Breviglieri, destacou o objetivo do evento. "O motociclista é um cidadão que precisa manter sua família e deve respeitar as regras de trânsito e regulamentos. Quando ocorre algum acidente, não é só a pessoa vitimada que sofre, mas a que causa também. Queremos promover um debate sobre o assunto", disse.
O tenente da Polícia Militar, José Ramos Duarte, ressaltou que a grande preocupação é o aumento de casos envolvendo motociclistas com vítimas. "Temos até registro de ocorrências fatais, principalmente quando é entre duas motos em áreas urbanas. Não podemos ter acidente desta natureza. Imprudência e pressa seriam os principais motivos. É preciso realizar uma campanha educativa para reduzir o número de acidentes", afirmou. Em 2008, foram registrados em janeiro pela PM 58 ocorrências, com 30 vítimas. Já neste ano, foram 87, com 42 pessoas
feridas. Em fevereiro de 2008, foram contabilizados 55 acidentes, com 45 vítimas. Neste ano, foram 66 com 41 condutores machucados em fevereiro. Em março de 2008, 83 casos com 75 vítimas e em 2010, 60 ocorrências com 42 pessoas feridas. Comparado os dois anos, em abril houve elevação de oito casos. "Em maio, o aumento foi maior. Em 2008, 60 acidentes com 35 vítimas e neste ano, 75 com 49 feridos", enfatizou. Em junho de 2008, de 50 pulou para 87 e em julho, de 63 a 58, comparado 2008 a 2010. "Mesmo nos meses com redução de ocorrências, o número de pessoas feridas foi maior", emendou.
Ramos também enumerou situações de infrações corriqueiras. "Motociclistas na contramão, inclusive com desrespeito de "pare", a famosa entradinha pela direita. Muitas vezes acabam se deparando com caçambas ou carros estacionados", afirmou. Ele destacou ainda que muitos condutores transitam nas calçadas e com velocidade maior. "Observamos que na avenida do Pozzobon a sinalização de motocicleta é na faixa direita e muitos trafegam na faixa esquerda e ultrapassam pela direita, além de portas amassadas e retrovisores quebrados. A multa não é a
solução para este tipo de problema. Precisamos de conscientização", frisou.
Por sua vez, o diretor do Departamento de Segurança do Trânsito e Transporte, Wilson da Silva, contou sobre a utilização de radar para checar a velocidade dos veículos em algumas vias. "Na avenida Antonio Augusto Paes teve motocicleta a 95 quilômetros por hora, o que é um absurdo para via urbana. Na avenida República do Líbano chega a 100 quilômetros por hora. A população que reside perto das localidades pedem redutores de velocidade nestes locais. Instalamos lombada na rua Antonio Augusto Paes e na Paraíba, mas são medidas que atrapalham outros setores da sociedade, como atendimento de resgate do Bombeiros, da Polícia e ambulância", ressaltou.
Frota
Silva enfatizou que a frota cresce 7% ao ano. "Temos que dividir o espaço, pois as vias estão com a mesma largura e com acúmulo de veículos", afirmou. O delegado da Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito), Osny Marchi, apresentou números sobre a quantidade de veículos no município. "Faremos um novo levantamento em outubro, mas acredito que a frota cresceu em 10%. Em março registrou 382 veículos vendidos, um número muito alto. Em julho, foram 330, sendo que a sua maioria é motocicletas", enfatizou.
Ele ressaltou que mais de 80% dos acidentes tem uma moto envolvida. "Quem leva o pior é o condutor. Excesso de velocidade é uma realidade, temos que combater isso", finalizou.