Juiz pronunciou os réus e eles deverão ser julgados pelas agressões contra o jovem Tonny
Jociano Garofolo
O juiz da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Votuporanga, José Manuel Ferreira Filho, assinou na quinta-feira a pronúncia dos jovens que agrediram Tonny Pires Custódio, 24 anos, nas proximidades de uma casa noturna da cidade. Com a decisão, os acusados vão a júri popular, com data a ser marcada e não poderão responder ao processo em liberdade.
De acordo com o juiz, os agressores foram pronunciados por serem acusados de terem, de forma covarde, espancado violentamente um cidadão quase até a sua morte. A decisão assinada pelo juiz diz que "a ação atribuída aos réus foi extremamente covarde, violenta e incompatível com a vida em sociedade; gerou comoção pública e sentimento de medo na população ordeira de Votuporanga".
São acusados de participação os maiores de idade A.H.S., de 19 anos, E.S., de 18 anos, F.H.M., de 19 anos, J.S., com 18 anos e o menor L.V.E., de 17 anos. De acordo com a versão denunciada pelo Ministério Público, os agressores são acusados de agir com dolo de matar e por motivo fútil, de forma cruel e sem possibilidade de defesa, contra o jovem Tonny até quase a morte.
O fato ocorreu no dia 4 de abril deste ano. Tonny sofreu traumatismo craniano depois de ser espancado próximo a uma boate de Votuporanga. O jovem havia saído do local com três amigos. Tudo começou quando um grupo de rapazes jogou um copo de cerveja no chão e empurrou um dos amigos de Tonny. De acordo com testemunhas, seguranças da boate retiraram todos que se envolveram na briga.
Tonny Custódio estava em direção ao estacionamento, onde buscaria seu automóvel para encontrar seus amigos, e acabou cercado pelo grupo e espancado. Ele foi encaminhado em estado grave para a Santa Casa, onde ficou alguns dias em coma. Segundo a denúncia, após a agressão, os réus foram para um bar comemorar o acontecido. Tonny teve traumatismo craniano com hemorragia, deslocamento cerebral e fratura dos ossos da face. Atualmente, ele está em recuperação, mas convive com sequelas das agressões.
O caso foi o estopim para as várias discussões sobre a proibição de festas na modalidade "open bar", em Votuporanga. Na época, o promotores Eduardo Boiati e José Vieira da Costa Neto alegaram que a ideia era modificar a “cultura do álcool”. A discussão dividiu a opinião da população e se arrasta até hoje e causou o cancelamento de algumas festas e adequação de outras, que agora divulgam outros atrativos como foco principal, como por exemplo, serviços de buffet. A discussão também foi o motivo para o cancelamento da edição de 2010 do Carnavotu e a possível mudança do Bloco Oba! para outro município.