Da Redação
A empresa ALL (América Latina Logística), responsável pelo trecho ferroviário que passa por toda a região, realizou na tarde de ontem uma ação preventiva contra acidentes próximos à linha férrea, no ponto em que a ferrovia cruza com a avenida Conde Francisco Matarazzo, em Votuporanga.
Além de recomendações aos moradores, foram distribuídos panfletos com os dizeres "Acha que dá tempo?... não arrisque, a vida pede passagem!", e cartilhas para crianças com bastante figuras ilustrando os perigos de brincar próximo à linha de trem.
O objetivo da campanha é minimizar o risco de acidentes envolvendo veículos, pedestres e trens naquele cruzamento. A ação faz parte de uma campanha de segurança realizada anualmente pela empresa.
Em entrevista no local, um técnico de segurança da ALL, Marcelo Carvalho, disse à reportagem que os principais problemas acontecem por falta de atenção das pessoas que passam pelos cruzamentos ou caminham sobre os trilhos sem perceber o perigo da aproximação das composições. Segundo ele, "o trem não consegue parar imediatamente em casos de emergência, e pode percorrer cerca de um quilômetro mesmo com os freios de emergência acionados".
Carvalho pede paciência para a população para os casos em que as businas são
acionadas em horários noturnos, mas, segundo ele, esse é o único recurso do
maquinista para alertar pedestres ou motoristas em situações de emergência. "Os
sinais sonoros precisam ser acionados para a própria segurança da população, para evitar transtornos, pedimos sempre que ao passar pela linha férrea, as pessoas fiquem em alerta máximo", afirmou.
Acidentes
Apesar de toda a campanha realizada e do perigo iminente nos cruzamentos em que a ferrovia cruza com áres urbanas, a região registrou em pouco mais de 30 dias, dois casos de acidentes graves, um em Urânia e outro em Jales.
No dia de 30 de maio, o aposentado Antonio Botaro, 84 anos, morreu ao ser
atropelado por um trem, no cruzamento da avenida Brasil, região central em Urânia.
Ele atravessava o local a pé quando foi atingido pela composição. Com o impacto o aposentado foi arrastado por cerca de 150 metros. O maquinista teria acionado o freio, porém não houve tempo necessário para evitar o ocorrido.
O outro caso aconteceu no dia 5 de junho em Jales. Uma menina de 12 anos de idade teve as duas pernas amputadas após ser atrolepada por uma composição. A vítima e sua prima caminhavam próximas à linha férrea, no Jardim Paraíso, e não viram a aproximação da locomotiva. Na época, a ALL divulgou que o trem seguia carregado de farelo de soja e vinha de Mato Grosso com destino a Santos e, ao avistar as crianças na linha férrea, o maquinista buzinou e acionou o freio de emergência, mas não foi possível parar a tempo.
Obras
Além dos esforços de prevenção e concientização de transeuntes e motoristas, existe também uma obra a ser realizada, que foi anunciada no ano passado pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), da construção de um pontilhão no final da avenida República do Líbano e de uma passarela para pedestres sobre o cruzamento da linha férrea com a avenida Conde Francisco Matarazzo.