Copom anunciou decisão de manter o índice atual após reunião nesta quarta-feira (03)
O Banco Central decidiu manter a Selic nos atuais 11%, após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nesta quarta-feira, 3 de setembro. Para a FecomercioSP, a decisão foi acertada, ainda que a Entidade não esteja plenamente convencida de que o risco do IPCA ficar acima da meta tenha sido realmente debelado.
De acordo com análise da Federação, a manutenção da Selic em 11% foi possível porque o IPCA está crescendo pouco (0,01% em julho) e agora acumula alta de 6,5% em 12 meses, pouco abaixo dos 6,52% fechados em junho. Esse cenário, avalia a Entidade, permite ao Banco Central trabalhar com menos pressão, e posterga - ao menos por enquanto - a necessidade de elevação dos juros.
Segundo os economistas da FecomercioSP, o IPCA de junho, julho e provavelmente agosto está variando pouco por conta do binômio recessão/sazonalidade. No caso da recessão, os números fracos da atividade econômica reduzem algumas pressões de preços, por conta da queda da demanda, que já vem ocorrendo e ficou evidente com a divulgação do PIB do segundo trimestre.
Já em relação à sazonalidade, é fato que nesses meses alguns itens importantes no orçamento familiar, como alimentação e vestuário, passam a operar com elevações pequenas de preços, quando não em queda. Na avaliação da Federação, a calmaria que o Banco Central tem encontrado nestes últimos meses, em parte é devido à sazonalidade, algo que já era esperado. Por outro lado, o desempenho da atividade econômica tende a ficar enfraquecido ainda por algum tempo, e por esse canal não existe pressão de preços.
A Entidade considera que ainda há o represamento de preços administrados, mas este assunto deve ser tema de preocupação e discussão no Copom apenas após as eleições. Portanto, é provável que a situação não mude até o final do ano.
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 155 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista - aproximadamente 4% do PIB brasileiro - e gera cerca de cinco milhões de empregos.