Enquanto a pesquisa detectou avanços na creche, a taxa de matrícula na pré-escola continua estável. Em 2013, foram 4,8 milhões de registros, contra 4,7 milhões em 2012. Segundo o MEC, a estagnação notada ao longo dos últimos sete anos é justificada pela redução no número de nascimentos, que afeta diretamente as taxas de matrículas da educação infantil. Ainda assim, segundo dados da Pnad, é necessário ampliar o acesso para 18% das crianças entre 4 e 5 anos de idade que ainda estão fora do sistema escolar.
O ensino fundamental registrou queda nas taxas de matrícula. Em 2013, 29.069.281 alunos frequentavam essa etapa de ensino — redução de 633.217 matrículas em comparação a 2007. Segundo Chico Soares, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelos dados do Censo Escolar, há uma boa razão para isso. "Os alunos estão passando de ano e a melhora no fluxo justifica a queda geral no número de matrículas", diz.
O MEC destacou o grande avanço no número de matrículas em tempo integral no ciclo fundamental. Entre 2012 e 2013, o número de estudantes que passam pelo menos 7 horas diárias na escola cresceu 46,5% na rede pública. Quando são consideradas todas as redes de ensino nacionais, a taxa é de 45,2%, alcançando 3.171.638 de estudantes.
Segundo o ministro da Educação, Henrique Paim, os programas de repasse de verba do governo federal para o ensino integral são responsáveis pelo crescimento e deverão ser ampliados. "A prioridade é aumentar o tempo de estudo nas escolas com notas baixas no Ideb e naquelas em que há grande concetração de alunos que recebem Bolsa Família."
Outro dado relevante divulgado pelo Censo Escolar é a estagnação do ensino médio. A etapa apresenta um dos piores indicadores da educação básica: aproximadamente 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos de idade estão fora da escola, segundo dados do Todos pela Educação. De acordo com o Censo Escolar, as taxas estão paradas desde 2007, quando o número de matrículas registrado foi de 8.369.369.
Em 2013, o número caiu para 8.312.815. A evasão no ensino médio ainda é o fator mais preocupante, especialmente no 1º ano do ciclo, que registra as taxas mais altas. "A boa notícia é que a aprovação está melhorando", garantiu o presidente do Inep. O órgão ainda não informou quando os dados serão divulgados.