"Minha vida mudou. Foi uma tremenda injustiça, uma tentativa frustrada de calar um protesto pacífico e a liberdade de expressão", afirmou, logo após o desembarque. "Eu espero que o mundo tenha aprendido com isso, porque nem os russos esperavam a reação do mundo para nos libertar, para nos proteger." Ela ainda acrescentou que as muitas horas de voo desde São Petersburgo, com conexão em Frankfurt, não foram nada perto das horas que passou na solitária, durante a prisão. "Foram 12 horas de viagem no avião da minha liberdade".
Para Ana Paula, o sacrifício foi válido. "Valeu à pena porque agora muito mais pessoas sabem o que está acontecendo no Ártico. E a gente vai continuar denunciando e mostrando, porque a gente faz isso há 40 anos." Segundo a ativista, a missão no Ártico ainda não terminou. "A gente não vai parar até que eles devolvam nosso navio e a gente tenha um santuário no Ártico."
Sobre a Rússia, ela disse que é "um país lindo, com pessoas maravilhosas" e que a ação do Greenpeace nunca foi contra o país, mas contra as petroleiras. "Eles entenderam mal o que aconteceu", acrescentou. A bióloga ainda agradeceu o apoio. "Eles pensaram que podiam fazer com a gente o que eles fazem com todos os que fazem protesto pacífico, que eles calam, espezinham, mantêm na cadeia por anos, mas o mundo estava junto com a gente e eu não tenho palavras para agradecer isso."
Ana Paula recebeu o visto de saída da Rússia nesta sexta-feira (27). Na quarta, ela havia recebido do governo russo o documento que garantia a interrupção das investigações do crime de vandalismo, pelo qual ela e seus companheiros haviam sido acusados.