Nascida em 19 de agosto de 1.936, em Floreal-SP, filha de Olyntho Balbo e Ilária Sbroggio, foi morar em Magda quando tinha três anos de idade, onde ficou mais três anos com toda a família. De lá, seguiram para São José da Maravilha, hoje Meridiano, onde Olga viveu até o casamento, em 14 de janeiro de 1.962. Meridiano era uma vila bem pequena e pobre.
Olga tinha seis irmãos, Edith, Donato, Ary (já falecidos), Maude, Pedro e Rui.
O senhor Olyntho tinha uma loja que oferecia de tudo, tecidos, sapatos, secos, molhados, arames e alimentos. A mãe, dona Ilária, costurava dia e noite para pagar uma dívida enorme, de 500 mil réis, que o marido havia feito em Magda vendendo fiado (ele tinha uma loja lá, vendia secos e molhados para o pessoal da lavoura, o tempo não trouxe chuva e os fregueses não puderam saldar suas dívidas e mudaram de localidade, muitos à noite, para cidades onde o senhor Olyntho ignorava e, por isso, não podia cobrá-los).
Todos os filhos do casal Olyntho e Ilária trabalhavam muito nos estabelecimentos da família para ajudar, independente da idade que tinham. Atuavam na loja, no açougue, no Correio particular e no cinema, onde o senhor Olyntho era o operador de filmes.
Donato, irmão de Olga, sozinho, aprendeu a pintar letreiros nas casas comerciais e ganhava dinheiro com isso. Olyntho construía madeiramento para as novas casas da cidade, ajudado pelo filho Ari, que tinha apenas 14 anos de idade, vestia calças curtas e ia a cavalo a sítios para comprar os porcos do açougue.
Às sextas-feiras, a família inteira levantava às 4h, menos o caçula, Rui, que tinha quatro anos de idade. Matavam dois porcos à luz de lamparinas e Olyntho inventou um método para matar o animal sem que ele gritasse para não acordar os vizinhos: tapava a boca do porco com um saco de estopa. A finalidade era não despertar o outro açougueiro, que era vizinho e, assim, levar o suíno no açougue para vendê-lo aos clientes que eram os funcionários da estrada de ferro araraquarense. “O açougueiro que começasse a trabalhar primeiro, vendia tudo antes das 7h, porque os trabalhadores precisavam entrar no serviço antes dessa hora”, contou Olga.
Terminado o trabalho de matar e vender o porco, as mulheres iam lavar toda a sujeira da matança, inclusive a barrigada, que era destinada a fazer sabão.
Terminada a construção de uma casa, era Olga, com 11 anos de idade, que ia de jardineira de Meridiano até Nhandeara para comprar as telhas para a cobertura. No caminho, fazia baldeação em Jacilândia (hoje, Valentim Gentil) e depois parava em Magda, onde dormia na casa dos tios para a manhã seguinte ir para a cerâmica que vendia as telhas. De lá, voltava para Meridiano com o material. “Nunca, ninguém mexeu comigo durante as viagens, apesar de eu ser apenas uma garota. Eu voltava sozinha com o motorista do caminhão. Sempre fui protegida por Deus”, falou.
O senhor Olyntho pagou toda a sua dívida. “E minha família progrediu muito. Aprendemos que nada impede um cidadão de ser honesto e quitar suas contas; ensinar os filhos de todas as idades a trabalhar e, assim, viverem como o nome limpo e felizes”, destacou Olga.