Henrique Alves acha que reforma ministerial deve ser formatada no início de agosto, quando deputados e senadores voltam ao trabalho. A nomeação de fato dos novos nomes ficaria para setembro. Quantas deveriam ser as pastas? "Acho que com a vontade enxugar a máquina, de fazê-la mais objetiva, em torno de 25 ministérios seria do tamanho do Brasil". Ou seja, um corte de 14 nos 39 existentes na Esplanada.
Há duas lógicas por trás da formulação proposta por Henrique Alves. Uma delas é política. Dilma Rousseff até agora apenas repassou ao Congresso demandas que ela diz ter interpretado a partir dos protestos de rua ocorridos no país em junho.
Agora, ao recomendar o corte de ministros e uma nova equipe para o governo, o PMDB repassa a bola para o Palácio do Planalto. "Há um consenso hoje na questão do número exagerado de ministérios", diz Henrique Alves. Ele afirma que "os partidos da base deveriam dar essa colaboração, delegando à presidente Dilma ampla liberdade de recompor o seu ministério" e para "reduzir esse ministério sem nenhuma nova imposição partidária, não indicar esse ou aquele".
E o PMDB? "Nós estamos dispostos a oferecer porque nós queremos encontrar uma saída. Não pode ficar esse impasse, adiando, achando que as coisas estão caminhando como não estão. Nós queremos um Brasil mais ágil. Que a presidente dê respostas novas. As movimentações [de rua] cessaram um pouco, mas está latente ainda a insatisfação".
Há também uma lógica menos política e mais operacional na proposta do PMDB para Dilma Rousseff. "Vem aí a desincompatibilização dos ministérios no próximo ano. Aqueles que são candidatos -me parecem que de 12 a 15 ministros- poderão sair", diz Henrique Alves. Ele se refere aos ministros que pretendem concorrer a algum cargo na eleição de outubro de 2014 e precisam deixar suas funções, como manda a lei, com pelo menos seis meses de antecedência.