Os professores das escolas que optam pelo modelo passam a ter dedicação exclusiva, recebendo bonificação de 75% sobre o salário. Já os alunos, além das disciplinas do currículo tradicional, têm matérias eletivas, que vão de prática de ciências à moda.
Mais tempo na escola e dedicação exclusiva, aliás, são algumas das barreiras para a expansão. No ensino médio, por exemplo, muitos alunos precisam trabalhar. Na outra ponta, professores recusam a dedicação exclusiva por preferirem manter jornada de trabalho dupla, atuando em mais de uma escola.
A rede estadual tem hoje dois modelos de ensino de tempo integral. O primeiro, criado em 2006, foi imposto em 500 escolas de ensino fundamental. Depois do registro de vários problemas, como falta de materiais e espaços adequados às atividades, o estado foi diminuindo o número de escolas que o adotavam e planeja abandoná-lo de vez. Em 2012, 21 escolas migraram do modelo velho para o novo. Das 101 que adotarão o programa em 2014, 36 farão a migração.
A dedicação exclusiva do professor é apontada como o grande diferencial entre os dois modelos. Isso porque evita a divisão entre as disciplinas tradicionais e o conteúdo diversificado. Também elimina as aulas vagas. "Minha antiga escola tinha muita aula vaga, mas agora sempre tem alguém. Até os alunos podem ajudar", diz Mariana Alves, de 15 anos, aluna da Escola Estadual Prefeito Nestor de Camargo, em Barueri. A unidade foi uma das 16 primeiras a receber a nova modalidade.
O governador Geraldo Alckmin já indicou que planeja levar tempo integral para todas as 5.000 escolas do estado. Mas, hoje, o governo trabalha com a meta de instituir o programa, a longo prazo, em um terço de sua rede.