Pela primeira vez, os estudiosos conseguiram acompanhar a cadeia completa de eventos que levou o paciente a produzir naturalmente anticorpos amplamente neutralizadores (BnAbs), assim denominados porque atacam diferentes cepas do vírus da imunodeficiência humana (HIV), que causa a Aids.
"A pesquisa atual preenche lacunas do conhecimento que têm impedido o desenvolvimento de uma vacina eficaz para um vírus que matou mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo", destacou um comunicado da Duke Medicine, que participou do estudo juntamente com uma equipe de pesquisadores nos Estados Unidos e no Malaui.
"Aprendemos com este indivíduo como os anticorpos são induzidos, com a esperança de que esta informação possa servir como uma diretriz de como induzir estes anticorpos como uma vacina preventiva", acrescentou Barton Haynes, diretor do Instituto de Vacina Humana da Universidade Duke, que chefiou as pesquisas.
Os anticorpos são a infantaria do sistema imunológico, aderindo aos vírus ou invasores microbianos e marcando-os para serem destruídos por células "assassinas" especializadas.
Um dos maiores obstáculos aos desenvolvedores de vacinas é que o vírus da Aids costuma evoluir rápido demais para ficar exposto ao ataque de anticorpos.