Com dívidas herdadas de gestões anteriores e apertando os cintos dos municípios, novos prefeitos estão reduzindo a quantia repassada para desfiles e blocos, adiando e até cancelando a folia. Tudo por causa da falta de verbas.
Alguns alegam também que as administrações passadas não organizaram a festa e não há mais tempo para fazer isso.
Ao menos duas capitais já cancelaram desfiles, medida também adotada por pelo menos mais dez cidades.
Em outras cinco, a folia foi reduzida ou até adiada.
Em Florianópolis, o desfile das escolas de samba foi cancelado porque o município, com dívidas de R$ 100 milhões, decidiu não repassar R$ 3 milhões para as agremiações. A verba, diz o prefeito Cesar Souza Júnior (PSD), irá para saúde. Blocos estão mantidos.
São Luís (MA) e Petrópolis (RJ) cancelaram seus desfiles e também destinarão os recursos para a saúde.
Em Diamantina (MG), um dos carnavais mais famosos do país ficou sob ameaça de cancelamento, mas a prefeitura anunciou nesta semana a festa com o mote "carnaval econômico mas com alegria".
A ideia é investir metade do R$ 1 milhão habitual. O prefeito interino Maurício Maia (PSDB) diz que herdou dívida de R$ 5 milhões. A indefinição prejudicou a venda de abadás dos principais blocos. São esperados 30 mil turistas.
Também não haverá Carnaval em Ilhéus (BA). Por lá, a solução que a prefeitura tenta é no mínimo curiosa: transferir a folia para o feriado da Páscoa, fazendo uma festa com "motivos de Semana Santa".
Outro carnaval adiado foi o de Porto Velho (RO). Sem data, pode nem acontecer.