A Medina é um espetáculo para os olhos e talvez uma
oportunidade única para se comprar peças em ouro à excelentes preços
O Marrocos é um país de sonhos; o lugar remete o
visitante ao mundo das fábulas, das histórias dos reinados das mil e uma noites
com suas danças e comidas exóticas. A região ganhou muita notoriedade aqui no
Brasil há seis anos atrás quando foi exibida a novela “O Clone” e também agora,
que foi reprisada no “Vale a Pena Ver de Novo”. Uma parte da trama de Glória
Perez foi ambientada naquele país e assim o Brasil pôde ter contato com alguns
lugares quase nunca vistos na televisão e com sua cultura e religião milenares.
Para se chegar ao Marrocos é preciso pegar um avião no
Brasil, fazer uma escala em Madrid ou em Lisboa, e dali seguir até a famosa
cidade, considerada a porta de entrada para o Oriente. Dividido por uma
imponente cadeia de montanhas, aquele país revela paisagens exóticas e
diversificadas. Ao Norte, o clima é mais ameno, tem florestas, montanhas e
praias. Já a região Sul, a população é de mais baixa renda, tem praias e areia,
mas muita areia mesmo. É o quente e misterioso Deserto do Saara.
Dizer que o lugar é exótico é pouco. Por ali correm
lendas e mais lendas; histórias contadas de pai para filho dão conta de que
mulheres são roubadas ou se oferecem "uma caravana de cem camelos"
por uma mulher, principalmente as estrangeiras. Tudo isso é dito com muito bom
humor pelos milhares de vendedores da cidade, que fazem literalmente tudo para
que o freguês adquira sua mercadoria. É bom lembrar que pechinchar é a palavra
de ordem.
Um lugar bastante conhecido é a Medina. A Medina é um
conjunto de ruelas, que fica na parte antiga da cidade, que formam verdadeiros
labirintos onde é muito fácil se perder. Ali se concentra todo o comércio; na
Medina se encontra de tudo, desde ervas para o tradicional chá até ouro. Isso
mesmo, ouro, que é vendido como qualquer outra mercadoria. Quantos aos ladrões,
eles são severamente punidos pela lei muçulmana: têm a mão direita decepada,
daí ficam marcados para sempre e nem se atrevem a aparecer.
E quem rouba não escapa impune por isso o comércio dos
produtos se dá com “naturalidade”, digamos assim.
O Marrocos além de reunir montanha, mar e deserto,
oferece aos visitantes um inusitado visual de frutas, roupas e mosaicos. Muitos
costumes, seguidos há séculos, são o passaporte garantido para o passado, como
o tradicional chá de menta, bem doce, que equivale ao nosso cafezinho e é
responsável pela aproximação e confraternização social. É esta famosa bebida
que coroa uma das práticas mais tradicionais: a negociação.
Tudo o que se compra, tem que ter negociação no preço.
Claro que os vendedores dizem o primeiro preço das mercadorias um pouco maior
do que o real, daí começa a barganha. E como eles gostam disso!
A rede de hotéis e restaurantes não deixa nada a
desejar. Também as estradas e ferrovias são bem conservadas, facilitando o
acesso.
A capital do Marrocos é Rabat, que sedia o Palácio Real;
construído em 1755, é sede do governo do Rei Hassan II. Chegando lá é preciso
visitar a Kasbah Oudaias, que foi construída no Século XIII, acima do ponto
onde o Rio Bou Regreg, que separa Rabat de Salé, se encontra com o mar.
Sem dúvida, a mais famosa das cidades imperiais é Fès,
capital artesanal e cultural do país. Na verdade, o lugar é constituído por
três cidades. Fès el-Bali, fundada no Século VIII e que integra o patrimônio
histórico da UNESCO; Fès el-Jadid; e a Cidade Nova.
A Medina de Fès, com suas 10 mil ruelas, é visita
obrigatória. A volta ao tempo é garantida. É emocionante penetrar e seu
interior e mergulhar na profusão de cores, aromas e sons. Prepare-se para
grandes emoções e não é um passeio que se pode fazer com pressa e nem em um dia
só.
Marrakech é considerada a capital do sul do Marrocos;
fundada em 1602, seu nome significa "passe rápido que o sol se põe",
um aviso aos viajantes para que passassem rápido pela cidade que tem 15 quilômetros de
muralhas, antes do fechamento das vinte portas. Assim estariam seguros dos
ataques dos bandidos. Uma das atrações por lá é o Palácio Bahia.
A comida marroquina é famosa por seus temperos. E
nenhuma destas iguarias ficou mais famosa do que o Corne de Gazelle, que na
verdade é um doce típico daquela região, um tipo de pastelzinho feito com massa
de semolina, recheado normalmente de nozes e tâmaras e frito em óleo quente.
Famosíssimo também é o Cuscus Marroquino, cuja mistura para o preparo pode ser
encontrada, no Brasil, nas casas de produtos importados.
Para garantir o sucesso de uma excursão pelo Marrocos, é
melhor optar por um dos inúmeros pacotes turísticos oferecidos pelas agências
de viagem. O turista brasileiro não precisa de visto em seu passaporte para
entrar no Marrocos. Somente as mulheres deverão ter certo decoro com as roupas,
não é preciso que cubram as cabeças com o véu, mas é bom evitar shorts ou saias
muito curtas. Vale a pena o sacrifício!