Especialistas da companhia japonesa de energia Tepco — operadora da usina nuclear de Fukushima, danificada pelo terremoto seguido de tsunami que devastou o país no dia 11 de março, confirmaram ontem, que vazou ao mar água com elevado nível de radioatividade procedente do reator 2 da central.
O líquido vaza através de uma rachadura de cerca de 20 centímetros no muro de uma fossa próxima ao reator na qual há água contaminada com profundidade entre 10 e 20 centímetros. Após detectar a rachadura e a fim de conter o vazamento, os operários que trabalham em Fukushima se preparam para despejar cimento no local.
As fontes da Tepco indicaram que o nível de radioatividade alcançou índices altos no local. A operadora investiga se há outros vazamentos de água radioativa ao oceano Pacífico, depois que nos últimos dias foram detectados níveis de radioatividade muito superiores aos limites legais nas águas litorâneas próximas à usina nuclear de Fukushima.
As operações para conter o vazamento se somam aos esforços para drenar a água
altamente radioativa em várias áreas das unidades 1, 2 e 3, o que dificulta as tarefas para restaurar o resfriamento dos reatores.
A Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica) informou na última sexta-feira que a radiação encontrada no povoado de Iitate - a 40 km da usina de Fukushima - está caindo dia após dia. Mas, apesar disso, a situação no local ainda é muito séria.
Os prejuízos causados pelo recente tsunami do Japão à vida animal não se restringiram ao país. Milhares de albatrozes, peixes e outras espécies ameaçadas foram mortos após a onda atingir o atol de Midway, no noroeste do Havaí. Mas enquanto operações de resgate se iniciam em santuários remotos, como no caso dos atóis, a situação no Japão é mais grave. Veterinários de diversos zoológicos do país relataram falta de gás, combustível para aquecedores, comida e água potável para os animais, e alguns consideram a transferência de suas espécies de mamíferos marinhos para outras regiões menos afetadas.