Dilma quer que seja aprovada a reforma que já foi encaminhada pelo governo ao Congresso
A presidenta Dilma Rousseff já definiu as prioridades para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, além dos cortes orçamentários. Ela determinou que a Fazenda faça tudo o que puder para conseguir aprovar a reforma tributária já neste primeiro semestre.
Dilma quer que seja aprovada a reforma que já foi encaminhada pelo governo ao Congresso, considerada a mais ampla, que envolve a redistriuição de impostos para estados e municípios e reclassifica os impostos por origem e destino.
Por ser mais abrangente, essa reforma tributária é considerada também mais difícil de ser aprovada. Se houver dificuldades, Dilma determinou que a Fazenda encontre uma saída alternativa, que elimine os eventurais complicadores políticos para aprovação da reforma.
A pressa de Dilma em aprova a reforma tributária se justifica. Ela quer aproveitar o momento político para aprovar as reformas mais complicadas.
Se deixar para depois, é possível que o governo encontre maiores dificuldades políticas, até em razão das incertezas que envolvem o relacionamento com o PMDB.
O grande teste para Dilma será a aprovação no Congresso do salário mínimo de R$ 540. Se aprovado sem restrições, as dificuldades para Dilma serão menores do que ela imagina. Será Nelson Barbosa, secretário executivo da Fazenda, o responsável por dar andamento aos projetos de reformas.
Dilma pede união
No primeiro discurso à nação como presidenta da República, Dilma Rousseff pediu a união de todos em torno do crescimento do país. No parlatório do Palácio do Planalto, diante de milhares de pessoas que acompanharam a posse do gramado do Congresso e da Praça dos Três Poderes, no último sábado, Dilma disse que só com união é possível criar mais e melhores oportunidades para todos.
“Meu sonho é o mesmo de qualquer cidadão. O sonho que uma mãe e um pai possam oferecer aos seus filhos oportunidades melhores do que as que tiveram. É um sonho que constroi um país, uma família, uma nação. É o desafio que ergue um país”, disse emocionada.
Em alguns momentos, ao discursar, Dilma chorou e foi aplaudida. Ela falou em perseguir sonhos considerados impossíveis. “Foi por não acreditar que havia o impossível que o presidente Lula fez tanto pelo país nesses últimos anos. Precisarei muito do apoio de todos vocês. Quero pedir o apoio de todos, de leste a oeste, de norte a sul de todo o país. Se todos trabalharmos pelo Brasil, o Brasil nos devolverá em dobro o nosso esforço. E que Deus abençoe o Brasil e o povo brasileiro. Que todos nós, juntos, possamos construir um mundo de paz”, completou.
Depois de receber a faixa presidencial do agora ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de discursar para a população, Dilma Rousseff recebeu cumprimentos de autoridades nacionais e estrangeiras que participaram das cerimônias de posse.
Em seu segundo discurso após a posse, no parlatório em frente ao Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff pediu união e apoio entre partidos políticos aliados ao PT e também aos de oposição, ao citar que “não se pode trocar uma aperto de mão com os punhos fechados”.
“Trabalharei para que estejamos todos unidos para as mudanças necessárias, sobretudo na luta para acabar com a pobreza e a miséria”, disse. “Não peço a ninguém que abdique de suas convicções. Buscarei o apoio, aceitarei a crítica”, completou.
Dilma destacou que é o embate civilizado entre ideias que movem grandes democracias como o Brasil. A presidenta voltou a citar sua juventude e o período de ditadura militar no país. “A minha geração veio para a política em busca de liberdade em um tempo de escuridão e medo. Pagamos o preço da nossa ousadia. Aos companheiros meus que tombaram, minha comovida homenagem e minha eterna lembrança”, concluiu.
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