Consultores da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal estão em Votuporanga para orientação
Da Redação
Consultores da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal estão em Votuporanga para orientar profissionais das áreas de saúde, educação e assistência social sobre a importância do envolvimento de toda a família durante o processo de gestação da mulher. O evento, em parceria com a Prefeitura de Votuporanga, faz parte do Programa de Desenvolvimento Infantil realizado no município desde o início do ano Durante a capacitação discute-se, entre outros assuntos, a forma como acontece o vínculo entre mãe e filho e quais as influências do meio em que a futura mãe está inserida. “A participação da família no acolhimento dessa gestante e o acompanhamento familiar de todas as mudanças que a gestação oferece as mães é um suporte importante na fase gestacional. Não é só a mulher que está grávida, a família toda engravida junto, e todas essas pessoas que convivem com a mãe precisam entender as necessidades dela. As vivências desta mãe durante a gravidez interferem no processo de formação do bebê”, explica uma das consultoras, a psicopedagoga Vera Lúcia Alencar Monteiro.
Enfermeiros, auxiliares de enfermagem, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, dentistas, docentes da Unifev e alguns da rede municipal de ensino estão participando da capacitação, que está sendo realizada no auditório da Secretaria da Educação, Cultura e Turismo. Eles serão responsáveis por oferecer o conteúdo a outros profissionais da rede de atendimento em que cada um está inserido e, posteriormente, assim como já aconteceu com outros módulos do programa, as consultoras retornam ao município para acompanhar o trabalho desenvolvido por todos os participantes.
O curso oferece oportunidades de discussão sobre as definições do vínculo entre mãe e filho, o que contribui para sua formação, quais comportamentos da gestante demonstram a formação de um vínculo significativo, os principais fatores que demonstram que o vínculo está sendo bem desenvolvido durante a gestação e como avaliar a saúde mental e emocional da gestante. “A relação afetiva entre mãe e filho inicia-se no ventre materno. O alimento afetivo é tão indispensável para a sobrevivência quanto o oxigênio que se respira ou a água e os nutrientes que se ingerem”, explica a consultora.
Durante a gestação existem períodos marcantes por várias fases e os profissionais que trabalham com esta família precisa estar preparado para lidar com todas estas fases. No primeiro trimestre, por exemplo, prevalecem a preocupação da gestante com a reação dos outros filhos ou das pessoas que a cercam, preocupação com as mudanças do corpo, a ansiedade, enjoos, náuseas, vômitos e as dúvidas relacionadas à gravidez. Já no segundo trimestre inicia-se a percepção dos movimentos fetais, podendo haver rejeição sexual dela em relação ao parceiro e vice versa, hipertensão, constipação, aumento de peso, além de náuseas, vômitos e azia, e possíveis dificuldades de digestão no último trimestre.
Por isso é importante que o profissional tenha uma postura que atenda essas necessidades não só da mãe como de toda sua família, visando diminuir esta ansiedade e incentivar sempre a participação do pai e demais familiares durante todo o período.
“Obter dados sobre a gestante e sua história de vida, garantir sigilo profissional, observar a comunicação da gestante com o feto também fazem parte da proposta de trabalho dos profissionais da rede de atendimento. A utilização de oficinas através de vivências próximas a realidade da gestante também contribuem para este atendimento mais humanizado”, explica a consultora.
Programa
O Programa de Desenvolvimento Infantil está sendo aplicado em Votuporanga e em outras cinco cidades do Estado de São Paulo que foram selecionadas. A Fundação Maria Cecília Souto Vidigal investe recursos na cidade para transmitir conhecimentos a profissionais das áreas de educação, assistência social e saúde com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços prestados e o atendimento a crianças que se encontram na fase da primeira infância. As propostas de intervenção abrangem o pré-natal, parto, puerpério e criança de 0 a 3 anos. Estudiosos afirmam que os cuidados nesta fase exercem impactos significativos na vida adulta.