Zagueiro foi a atração entre os jornalistas ontem; ele aproveitou a oportunidade para explicar como conquistou a torcida brasileira
David Luiz é tão atração que várias perguntas destinadas ao meia Willian, primeiro a dar entrevista ontem, diziam respeito ao zagueiro que estava ao seu lado. Carismático, cheio de caras e bocas, o jogador não repetiu os outros, que costumam ficar estáticos enquanto os companheiros falam. Foi o protagonista até mesmo de boca fechada.
Primeiro, quando o diretor de comunicação Rodrigo Paiva explicava o atraso – uma visita do presidente José Maria Marín – e dizia que o treino da tarde seria físico, David interveio fora do microfone. Perguntou sobre a atividade e fez cara feia. Antes, já havia mandado sorrisos e sinais positivos para repórteres.
Logo em seguida, Willian comentou sobre a saída do zagueiro para o PSG. Amigos de infância, eles disputaram a última temporada juntos no Chelsea. Quando o meia afirmou que ambos manteriam contato até mesmo depois de se aposentarem, David fingiu estar emocionado. Esfregou as mãos nos olhos como se estivesse chorando e fez um coração para o amigo. Gargalhadas na sala.
Willian também citou jogadores que gosta de ver em campo: Iniesta, Ronaldinho... E foi “intimado” por David Luiz a citar seu nome. Mais sorrisos. Sempre que termina a entrevista de um jogador, Rodrigo Paiva pergunta a ele se quer sair da sala ou acompanhar o segundo. Willian não teve essa opção.
- Fica aí - determinou o zagueiro, que explicou a empatia com os brasileiros.
- Construí minha carreira profissional na Europa, mas o sonho maior era representar minha nação, ter reconhecimento profissional e como pessoa. É muito importante para mim, como ser humano, demonstrar as atitudes do verdadeiro David. Quando eu errar, vou assumir o erro. Quando eu acerto, quero que consigam enxergar a honestidade dos meus atos. Fico realizado por essa empatia, eu sinto isso, sinto esse carinho. Sempre senti falta de tocar o coração dos brasileiros.
Mas para quem pensa que David é só afagos e sorrisos, o jogador deu o recado numa rodinha de jornalistas minutos depois. Questionado sobre a “pegada” que Felipão exige de seus jogadores, ele respondeu:
- Futebol é esporte de contato. Se não quiser contato, vai jogar tênis. O jogo é reflexo do que foi o treino, é claro que ninguém está aqui para machucar o companheiro, mas não é hora de brincar.