Da redação
Foram 24 jogos, sete gols e quatro posições diferentes. Wesley teve múltiplas personalidades para levar o Palmeiras a uma situação confortável na Série B. De jogador badalado que sofreu com lesão e demorou a emplacar, ele se tornou indispensável na campanha que pode culminar já neste sábado com o retorno à elite do Campeonato Brasileiro. Na lateral, como volante, meia ou aberto pela ponta, Wesley adquiriu um lugar entre os titulares.
Alterações de posicionamento não são novidade na carreira de Wesley. Revelado pelo Santos, o meia foi emprestado ao Atlético-PR, onde se destacou no ataque. No retorno à Vila Belmiro, brilhou no time comandado por Neymar e Ganso, tanto na lateral direita quanto no meio-campo.
Mas é como segundo volante que o jogador gosta mesmo de atuar. É ali que ele se sente à vontade, e o próprio técnico Gilson Kleina reconhece isso. Ao detalhar as funções executadas por Wesley, o comandante citou sua preferência pela posição. O curinga confirmou.
- É a que mais gosto porque, quando domino a bola, na maioria das vezes estou de frente, podendo visualizar o jogo. Tenho força para marcar e sair para o jogo, mas o que me deixa mais feliz é poder ver o jogo de frente.
Em algumas partidas, Wesley foi escalado na lateral direita e avançado, pela esquerda, numa linha de três armadores. Ambas as posições exigem muito esforço físico. Atrás, ele cita a preocupação para impedir que o adversário ocupe espaços que possa vir a deixar. E quando joga na frente...
- Aí ele tem de acompanhar o lateral adversário sempre que apoia - determina Kleina, que, a pedido da reportagem, fez um rabisco das funções desempenhadas por Wesley durante a temporada.
O retorno do Verdão à primeira divisão do futebol brasileiro também pode representar o renascimento do jogador. Convocado para a seleção brasileira por Mano Menezes, em 2010, ainda fruto de seu sucesso no encantador Santos daquele ano, ele perdeu espaço ao se transferir para o Werder Bremen, da Alemanha. Na volta ao país, demorou muito, inclusive por conta de uma lesão, para se firmar no Palestra.
É claro que passa pela cabeça do atleta voltar a ter oportunidades na Seleção, embora isso seja difícil antes da Copa do Mundo. Mas um trunfo é justamente a capacidade de se adaptar facilmente a diversas funções em campo. O volante-meia-lateral-atacante jura que nem precisa fazer preparação especial antes de iniciar cada confronto numa posição diferente. Mas faz um alerta:
- Tem de estar ligado! Cada posição é uma situação, mas acho que isso abre um leque de opções para o treinador. Gosto de jogar como segundo volante, mas sempre que atuei na primeira linha, no meu ponto de vista, fui bem. Até porque me cobro bastante.