Atleta relembra, com muito carinho, de seus jogos com a camisa alvinegra e da final contra o XV de Piracicaba, no Pacaembu
Alex Pelicer
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Nesta semana, na coluna “Memórias Esportivas”, o entrevistado é um personagem de riso fácil e apaixonado por futebol. Este é Edilberto Silva, conhecido como Betão, jogador profissional que teve uma carreira gloriosa, que começou em 1965, em Lins, e terminou em 77, na Votuporanguense.
Trajetória
Betão começou sua carreia na cidade de Lins, como lateral esquerdo do Linense, em 1965. No ano seguinte, foi para o Estado do Paraná e defendeu a camisa da Esportiva Jacarezinho.
“Nesta época, os jogos eram acirrados. Não existiam cartões amarelos e nem vermelhos. Ali o bicho pegava. Hoje qualquer coisa é falta”, se recorda.
O atleta também se lembra das qualidades das chuteiras. “Era normal terminar o jogo com o meião encharcado de sangue. Acabava o primeiro tempo, corríamos para o vestiário, pegávamos o pé-de-ferro (forma metálica) e pregava todos os cravos. Eles eram fixados com pregos e era comum escapar ou furar nosso pé”.
Em 1967, Edilberto veio para a terra das ‘brisas suaves’ e estreou pela Votuporanguense. “Que timão era aquele!”, destacou. Naquele ano, a Alvinegra jogou a final contra o XV de Piracicaba, no Pacaembu.
“Duas partidas inesquecíveis, eu não participei, fiquei na arquibancada torcendo. A primeira terminou 1 a 0 para o XV e no segundo jogo, empatamos em zero a zero. Nós tínhamos um timão, mas o XV tinha um timaço”, diz Betão (entenda o motivo do lateral estar na arquibancada no box Recordações e curiosidades).
O XV de Piracicaba foi campeão e teve acesso à primeira divisão do campeonato paulista.
“Em 1968, não disputamos nenhuma partida em decorrência das reformas de ampliação do Plínio Marin. Então, joguei pelo Mirassol e, em 69, voltei para Votuporanguense”, contou.
Em 1970, Betão foi vendido para Corinthians de Presidente Prudente.
71, 72, 73 e
74 no Marília
“Em 1971, fomos campeões pelo Marília e conseguimos acesso à primeira divisão do paulista. A cidade parou, nunca vi uma festa como aquela. Levamos o caneco na arquibancada” explica.
O Marília venceu o AD São Caetano por um a zero. Mas para ser campeão, o Rio Preto teria de perder do Catanduvense.
“Foi um sofrimento de 180 minutos. Vencemos o São Caetano em São Paulo e fomos para arquibancada acompanhar a partida pelo de Rio Preto e Catanduvense. Mais 90 minutos de sofrimento. Naquele jogo, o goleiro Adilson, que tinha apelido de Amendoim fechou o gol. Não passava nada. E Paulo Sérgio marcou para o Catanduva”,se recorda o lateral.
O time voltou para Marília onde desfilou em viatura do Corpo de Bombeiros. “Fomos homenageados pelo prefeito. Os dois jogadores do Catanduvense, Amendoim e Paulo, também receberam honrarias”, relembra Betão.
O fim de uma era
Na metade de 1974, Betão retornou para Votuporanga e após a eliminação da Alvinegra no Paulista, o lateral foi emprestado ao Fernandópolis Futebol Clube, onde terminou o ano.
Em 1977, Edilberto Silva retornou ao Votuporanguense, onde ‘pendurou as chuteiras’ e deixou o gramado como jogador profissional.
“Deixei os gramados como profissional, mas nunca me afastei do futebol. Onde tem uma bola rolando, eu estou acompanhando”, finaliza Betão.