Treinador da Alvinegra esteve na Rádio Cidade ontem, pediu paciência ao torcedor e prometeu time vibrante contra o São Vicente
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
O novo treinador
do Clube Atlético Votuporanguense mostrou um pouco de seu temperamento e de sua
experiência no futebol, ontem pela manhã na Rádio Cidade. João Martins foi o entrevistado do programa Bola em Jogo,
e fez uma análise de sua chegada a Votuporanga, dos desafios do elenco e das
metas para que o time termine a A3 com uma boa campanha. O objetivo primário é
a conquista de seis vitórias, para sonhar com a classificação entre as oito
melhores, na 2ª fase.
Porém, o próprio
treinador reconhece que o trabalho vai ser feito em etapas, e a primeira delas
terá início no próximo domingo, às 10h, contra o São Vicente, no Estádio
Municipal Plínio Marin. João Martins almeja atingir 28 pontos que, na
matemática dele, colocariam o CAV em uma boa situação. Para isso, pela primeira
vez desde que chegou a Votuporanga, tem uma semana inteira livre para treinos,
e também a chegada de reforços que podem estar à disposição se forem inscritos
a tempo na Federação Paulista de Futebol.
"Eu sei que
a Votuporanguense representa muito para a cidade, e realmente estamos tentando
dar o nosso melhor. Sabemos das dificuldades, mas o futebol é assim mesmo.
Acredito que no domingo a equipe vai estar mais tranquila. Saí de Araraquara
para ganhar jogos. Vamos trabalhar, buscar resultados", disse Martins.
O treinador
afirmou que foi muito bem recebido na cidade e espera que o time conquiste um
bom resultado no domingo, para não ser "xingado". Vou conseguir
reverter. Mas é preciso calma. Não adianta a torcida ir ao jogo e, aos 10
minutos, já querer o resultado, que isso não vai acontecer. Nós estamos
reformulando o time, ainda vai faltar conjunto, mas uma coisa eu prometo: muita
vibração".
O comandante
técnico voltou a afirmar que o elenco da Alvinegra é jovem e que sentiu o peso
da pressão. Segundo ele, "existe uma cobrança exacerbada. Às vezes o que é
mais ruim no futebol, as viúvas atrapalham pra...". Questionado sobre o
quem são as viúvas, ele disse que são pessoas que vivem de
"conversinhas", lamentando, e que não ajudam em nada. "Não
adianta, agora é o trabalho. Se não nos unirmos, não vamos chegar a lugar
algum. Estamos mais perto do inferno que do céu. Não tenho mágica. Temos que
ter tranquilidade. Peço ao pessoal deixar os jogadores trabalharem tranquilos.
Se quiserem, podem me xingar à vontade. Eu sou profissional. Quero o resultado.
Sou pago para dar o melhor de mim".
Elenco
João Martins
comentou também sobre a avaliação que ele faz do grupo de jogadores, desde sua
chegada, e ao decorrer dos treinos. Para o treinador, o time mostrou evolução
na partida contra o Joseense. "Eu não sou de fazer média. No primeiro
momento eu assustei (com o elenco). Eu achei o time muito apático, mas depois
em São José, gostei mais do time. O pessoal às vezes se ilude com os
campeonatos. Eu falo pela minha experiência. Quando você muda de divisão e
geralmente mantém a base, corre o risco de cair. Você tem que pegar 50% do
elenco da 'Bezinha" (Segundona) e 50% de jogadores mais experientes. A
Segundona é formada por jogadores mais jovens, com característica diferente, é
mais correria e pancadaria. Na A3, não. Se você entra com esse perfil na A3
está fadado ao fracasso. O adversário sabe pegar a bola, girar o jogo, é outro
campeonato. E se subir para a A2 é outra coisa também. Isso que dizer que um
jogador da Segundona não pode disputar uma A2? Claro que pode, mas se você
pegar 100% do elenco, aí fica difícil. Eu não quero criticar o trabalho de
ninguém, eu estou falando de estrutura".