Romário rasgou edição do A Cidade, com a notícia de que China o deixaria de fora da final
Jociano Garofolo
Romário, descartado na sexta-feira, escalado no sábado e que brilhou muito no domingo. Numa atitude polêmica, o artilheiro do Campeonato Paulista da Segunda Divisão com 18 gols, ao marcar o primeiro dele na decisão contra o São Vicente, no Plínio Marin, rasgou na beira do gramado, a edição do último sábado (20), do jornal A Cidade.
O jornal trazia declarações do técnico China, que pegou a torcida e a imprensa de surpresa. Segundo o comandante técnico do CAV, ao repórter Flávio Santos, em entrevista divulgada na íntegra no programa "Bate bola", da Rádio Cidade, às 18h30 da última sexta-feira (19), o atacante havia faltado do treinamento da manhã daquele dia e estava fora da decisão.
A reportagem do jornal A Cidade decupou a entrevista, em que o treinador afirmou que, entre outras coisas, Romário não ficaria sequer no banco de reservas. China disse que o camisa 9 "cuspiu no prato que comeu", e que, já que o artilheiro não queria jogar, no lugar dele, seria escalado alguém com vontade de estar em campo. O comandante apontou o meia Marquinhos como substituto.
Porém, no dia seguinte, sábado, o treinador voltou atrás. No treino final antes da partida, realizado no Estádio Plínio Marin, Romário reapareceu e foi confirmado entre os titulares. China falou ao vivo na Rádio Cidade, às 11h45, e afirmou que o atacante, com o respaldo do elenco, queria jogar a grande final. Após uma conversa, o treinador concordou com a escalação. A mudança de opinião do treinador não passou desapercebida ao leitor, que na edição de domingo (21), dia da final, ficou sabendo que o artilheiro iria a campo como esperança de gols.
E foi justamente isso que aconteceu. Romário foi a campo e reeditou suas grandes atuações, fazendo o que a torcida, imprensa, comissão técnica, companheiros de equipe e a diretoria do CAV esperavam dele. Marcou dois gols, se consagrou como artilheiro do campeonato e foi aplaudido de pé, merecidamente, pelos 5 mil torcedores alvinegros, emocionados com o título conquistado no Estádio Plínio Marin.
Se a atitude de rasgar o jornal foi irreverente, deselegante, ou correta, cabe ao leitor julgar. No jornalismo, os fatos publicados são baseados em fontes e não inventados. E é isso que este jornal faz diariamente. Talvez, o melhor nesse momento de festa é encarar a situação com alegria e bom humor. Afinal, se o que faltava era motivação ao artilheiro, o A Cidade e a Rádio Cidade contribuíram e muito na conquista do título.