A neurologista Juliana Akita conversou com a reportagem do jornal A Cidade sobre o Bloqueio Neurolítico
A dra. Juliana Akita fez sua graduação, especialização em Neurologia e Doutorado pela Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp) (Foto: Arquivo Pessoal)
Daniel Marques
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Ao lado do botox, o Bloqueio Neurolítico é o tratamento contra a enxaqueca mais procurado do momento. E em Votuporanga, a neurologista Juliana Akita aplica a técnica. A profissional conversou com a reportagem do jornal A Cidade e explicou como funciona o procedimento.
Juliana esclarece que o bloqueio é uma injeção aplicada diretamente em nervos da cabeça, que estão localizados no couro cabeludo. Esses nervos têm origem dentro do cérebro e são os responsáveis por fazer a pessoa sentir “dor de cabeça”, não apenas nas enxaquecas, mas em vários outros tipos de cefaleia. Na injeção, são aplicados alguns tipos de analgésicos ou anti-inflamatórios, dependendo de cada paciente.
O bloqueio é um aliado no tratamento da enxaqueca. Como a doença tem base genética, ela não tem cura, mas, sim, controle. Para isso, o paciente precisa principalmente de mudança de estilo de vida que inclui, dentre outros, parar o uso de analgésicos, pois estes pioram muito as crises. “Como muitas vezes parar o analgésico é algo difícil para os pacientes, pois eles sentem dor e criam dependência a essas medicações, o bloqueio ajuda a diminuir a frequência da dor por um período de tempo em que outras medicações (as específicas para enxaqueca) comecem a fazer efeito”, comentou.
Portanto, fazendo o Bloqueio Neurolítico, o paciente consegue parar o abuso de analgésicos e, ao mesmo tempo, o tratamento medicamentoso começa a surtir efeito. A associação de parar analgésicos, iniciar medicação profilática específica para a enxaqueca e mudança do estilo de vida (atividade física, controle do sono, regulação do humor e dieta) é o combo que será capaz de surtir um real efeito para controle da doença.
Não há contraindicações ao tratamento. “Nós não realizamos apenas nos pacientes que tenham muito medo de agulha ou que desmaiem em procedimentos. Contudo, nem todo paciente com enxaqueca terá indicação de ser submetido ao bloqueio”, acrescentou.
O procedimento é feito no próprio consultório, com o paciente sentado em cadeira. Leva cerca de três minutos quando feito por médico experiente. “O próprio procedimento é uma leve anestesia local, dói menos que uma aplicação de botox. Após o procedimento, não há nenhuma restrição de atividades. Apenas é orientado que tome uma medicação anti-inflamatória por três dias após, para evitar dolorimento no local”, contou.
Questionada se essas aplicações devem ser “renovadas”, Juliana respondeu que depende de cada paciente. “Em geral, uma vez a cada 6 ou 12 meses. Mas há pacientes que uma única vez na vida, apenas na fase inicial do tratamento da enxaqueca. Em outros – mais crônicos, ou com doenças que pioram as dores, como na fibromialgia – pode ser realizado a cada 3 meses”, finalizou.
Dra. Juliana Akita
A dra. Juliana Akita fez sua graduação, especialização em Neurologia e Doutorado pela Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp); tem título de especialista em Neurofisiologia/Eletroneuromiografia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica, com atuação em doenças neuromusculares. Durante sua carreira acadêmica, uma de suas linhas de pesquisa envolvia o estudo das cefaleias.
O consultório da neurologista fica na rua Tietê, 3.463, no bairro Santa Eliza. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (17) 3421 – 8191.